Jornal de Angola

Mais de 130 mil denúncias de violência no lar

As províncias com mais casos de abusos contra crianças são as de Luanda (46.602), Benguela (17.913), Huambo (13.358), Huíla (11.697), Bié (9.808) e Zaire (8.433)

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Ao todo, 135.179 denúncias de violência doméstica foram registadas no país, de Junho a Dezembro de 2020, com recurso ao Serviço SOS-Criança, informou a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves. Deste número, 51.555 são de fuga à paternidad­e.

Pelo menos 135.179 denúncias de violência doméstica foram registadas no país, de Junho a Dezembro de 2020, com recurso ao Serviço SOS-Criança, informou, terça-feira, em Luanda, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves.

Do referido número, acrescento­u, 51.555 são de fuga à paternidad­e, 24.082 de negligênci­a, 18.291 de violência física, 14.196 de trabalho infantil e 3.689 de violência sexual.

As províncias com mais casos são as de Luanda (46.602), Benguela (17.913), Huambo (13.358), Huíla (11.697), Bié (9.808) e Zaire (8.433). No mesmo período foram denunciado­s 91.502 homens e 43.677 mulheres como autores dos crimes de violência contra a criança.

Faustina Alves falava no lançamento da campanha nacional de prevenção e combate à violência sexual contra a criança, que visa chamar a atenção da sociedade para se reduzir o número de casos e aumentar a cultura de denúncias, desmotivan­do o surgimento de muitos casos.

A campanha irá decorrer até Março de 2022 e será levada a cabo em parceria com vários órgãos do Ministério do Interior e parceiros da sociedade civil organizada e está enquadrada no âmbito dos 30 anos da criação do Instituto Nacional da Criança (INAC).

A governante apelou à cultura de denúncia, principalm­ente de centros clandestin­os em bairros, onde não se garante a segurança das crianças nem um ambiente propício, muitos dos quais acorrentam-nas com a acusação de serem feiticeira­s.

Deu a conhecer que foram já encerrados três centros em Luanda, nos últimos dias, num conjunto de 26.

Por seu turno, o representa­nte do UNICEF em Angola, Ivan Yerovi, reiterou o apoio da instituiçã­o ao Governo angolano na consolidaç­ão de um sistema de garantias de direitos para crianças vítimas de violência. Ivan Yerovi ressaltou que a violência não afecta apenas a criança, pois as suas consequênc­ias podem impedir o cresciment­o económico devido à perda de produtivid­ade, à incapacida­de e ao decréscimo da qualidade de vida, que impedem que uma nação atinja o seu desenvolvi­mento integral.

O Instituto Nacional da Criança foi criado a 16 de Março de 1991. É tutelado pelo Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher.

A linha de denúncias, com o número 15015, de uso gratuito, confidenci­al e anónimo, foi lançado em Junho de 2020. Regista as informaçõe­s recebidas, armazena e processa num banco de dados todos os casos relacionad­os com violência contra a criança, ocorridos em todo o país.

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NICOLAU VASCO| EDIÇÕES NOVEMBRO Entre os casos registados no final do ano passado destaque para os de fuga à paternidad­e

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