Jornal de Angola

Benfica negoceia naming do estádio

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O Benfica anunciou ontem, parceria com a empresa norte-americana, a WME Sports, do grupo Endeavor, para a comerciali­zação dos naming rights não só do Estádio da Luz como do centro de estágio e formação no Seixal, agora conhecido como Benfica Campus.

Mas porque é que o Benfica, afinal, deixou agora questão tão estratégic­a na mão de terceiros? Por várias razões. Em primeiro lugar, por não ter ainda conseguido levar o negócio a bom porto por meios próprios, uma vez que os valores equacionad­os excluem desde logo empresas da órbita nacional e implicam esforço para convencer uma multinacio­nal estrangeir­a a investir em equipa de país periférico - missão que se afigura mais difícil no actual contexto económico-financeiro global.

Em segundo lugar, porque a quebra de receitas derivada da pandemia obriga a esforço suplementa­r para fazer avançar o naming o quanto antes, agora visto como necessária fonte de financiame­nto; em terceiro, não menos importante, a WME Sports ajudará os encarnados a ampliar a rede de potenciais interessad­os e a alcançar valores que no contexto dos efeitos económico-financeiro­s nefastos trazidos pela Covid19 poderão não se afastar assim tanto daqueles que o Benfica ambicionav­a antes do novo coronavíru­s aparecer - até mesmo ultrapassá-los.

Domingos Soares de Oliveira, em 2019, chegou a admitir a meta de cinco milhões de euros por época, num acordo para dez anos. Já ontem, Bernardo Faria de Carvalho, administra­dor do Benfica com o pelouro da expansão internacio­nal, afirmou ao ECO que um acordo para 20 anos “seria o ideal”.

Na mente dos encarnados está o estabeleci­mento de um acordo por esse horizonte temporal, com uma fasquia financeira de entre €75 M a € 100 M, ou seja, entre €3,75 M a €5 M por ano. O que não exclui um contrato mais curto, para 15 anos, ou até mesmo entre 8 a 10 anos, como inicialmen­te pensado na Luz e até admitido publicamen­te por Domingos Soares de Oliveira, mas num contexto anterior ao da pandemia. A ideia é simples: quanto mais longo, mais rentável para as duas partes.

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