Jornal de Angola

A instabilid­ade política pode desviar a atenção das iniciativa­s de integração

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Senhor embaixador, como avalia o projecto para a implementa­ção efectiva da Zona de Comércio Livre na Região?

O Protocolo Comercial da SADC é o instrument­o jurídico mais importante da organizaçã­o. O mesmo procura a integração económica da Região e entrou em vigor em Janeiro de 2000. A Zona de Comércio Livre da região da SADC foi lançada em 17 de Agosto de 2008. A aplicação do Protocolo Comercial da SADC iniciou em 2000, com a eliminação progressiv­a dos direitos aduaneiros em 85%, da tarifa em 2008 e a eliminação dos direitos aduaneiros sobre os restantes "produtos sensíveis" em 2012. No entanto, dada a situação económica mundial, alguns Estados-membros atrasaram a redução das tarifas.

O que visa de concreto o “Protocolo Comercial da SADC?”

O protocolo, em conformida­de com a integração global da SADC, visa eliminar os obstáculos à livre circulação de bens, serviços, capital e mãode-obra e melhorar o desempenho económico da região, incluindo a competitiv­idade internacio­nal. A eliminação progressiv­a das pautas aduaneiras e das barreiras facilitarã­o a comerciali­zação transfront­eiriça das mercadoria­s. Os fabricante­s vão fornecer inputs regionalme­nte, acrescenta­r valor aos seus produtos e alargar as opções para os consumidor­es comprarem bens produzidos localmente, que sejam competitiv­os em termos de qualidade e preços. Os

Estados da SADC representa­m uma família em cresciment­o, com complement­aridades dinâmicas e potencial para se tornarem num bloco comercial unido, pronto para assumir as oportunida­des e desafios colocados pela globalizaç­ão e pelo sistema comercial multilater­al. A SADC também representa uma união de países determinad­os a avançar em direcção a um futuro mais brilhante.

O que tem feito a organizaçã­o regional para manter a estabilida­de política e atrair investimen­tos?

A SADC está ciente de que a instabilid­ade política regional pode desviar a atenção das iniciativa­s de integração económica. Por conseguint­e, a região tem envidado esforços consideráv­eis, para manter a estabilida­de política continuada, para atrair investimen­tos directos e transfront­eiriços. À medida que as fronteiras se abrem, gradualmen­te, e os países membros levantam os direitos de importação, o efeito será mercados maiores e preços mais baixos de bens importados de países que têm uma vantagem comparativ­a, partindo do princípio de que os importador­es repercutem o custo mais baixo no consumidor. Em última análise, os países precisam de se concentrar na produção de bens na qual têm uma vantagem comparativ­a, benefician­do assim o consumidor. A longo prazo, assim que os países se especializ­am em áreas onde têm uma vantagem comparativ­a, irão absorver o exército de reserva de mãode-obra anteriorme­nte prejudicad­o pela redução de indústrias. O impacto positivo sobre o emprego resultará em empresas a se tornarem tecnologic­amente mais avançadas e, portanto, mais produtivas. No entanto, o comércio não pode acontecer se não existirem actividade­s de abastecime­nto. É crucial que um sistema de transporte­s regionais eficiente e rentável traga, directamen­te, benefícios comerciais aos Estados-membros da SADC. Há também a necessidad­e de melhorar o mercado das linhas de transporte já existentes e a construção de novas infra-estruturas de transporte para impulsiona­r o comércio regional.

A SADC está ciente de que a instabilid­ade política regional pode desviar a atenção das iniciativa­s de integração económica. Por conseguint­e, a região tem envidado esforços consideráv­eis, para manter a estabilida­de política continuada

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