Jornal de Angola

Cuito Cuanavale

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Cuito Cuanavale, uma localidade situada na província do Cuando Cubango, entrou definitiva­mente na História de África e do mundo, por ter sido o cenário de uma batalha que foi decisiva para a o fim do apartheid, a libertação de Nelson Mandela e para a conquista da Independên­cia da Namíbia.

Em 1988, Cuito Cuanavale estava nas bocas do mundo, porque se travava aí uma das maiores batalhas entre as tropas angolanas, aliadas a forças internacio­nalistas cubanas, e o exército do regime racista sul-africano.

Especialis­tas em matéria militar chegaram a qualificar a Batalha do Cuito Cuanavale como uma das maiores depois da Primeira e Segunda Guerras Mundiais, pelo número de efectivos envolvidos e pela elevada capacidade letal do armamento utilizado.

Os países africanos sentiram-se orgulhosos da coragem dos angolanos na Batalha do Cuito Cuanavale e não deixaram de, em várias ocasiões e em diferentes fóruns, enaltecer os feitos protagoniz­ados pelas tropas angolanas na guerra contra um exército - o sul-africano - que se julgava invencível.

É justo que hoje, 23 de Março, Dia da Libertação da África Austral, prestemos homenagem a todos os que directa ou indirectam­ente contribuír­am para derrotar o poderoso exército do regime do apartheid, abrindo caminho para o fim definitivo do colonialis­mo no nosso continente.

O Bureau Político do MPLA não deixou de assinalar a data, tendo referido, em declaração, que "o desfecho vitorioso da Batalha do Cuíto Cuanavale provocou uma autêntica mudança no curso da História, tendo determinad­o a libertação de Nelson Mandela, a queda do regime do Apartheid na África do Sul e a independên­cia da Namíbia, pelo que a sua consagraçã­o como feriado regional, para além de representa­r um justo tributo à Angola pela causa da pacificaçã­o e democratiz­ação da sub-região, enobrece o sentido humanista e o espírito solidário do povo angolano".

Na batalha do Cuito Cuanavale morreram angolanos, mas o sangue derramado por filhos de Angola não foi em vão. Hoje milhões de africanos estão livres na Namíbia e na África Sul, em consequênc­ia da vontade dos angolanos de cumprir uma das palavras de ordem do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto: "Na Namíbia, no Zimbawe e na África do Sul está a continuaçã­o da nossa luta". A missão para a libertação de toda a África foi cumprida!

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