Jornal de Angola

Sindicato de Empregados Bancários discorda da gestão do BPC

- Isaque Lourenço

O Sindicato de Empregados Bancários de Angola (SNEBA) está em desacordo com o "Plano de Recapitali­zação e Reestrutur­ação" em curso no Banco de Poupança e Crédito (BPC) e que vai despedir ao todo 1.600 trabalhado­res.

Segundo o presidente do Sindicato, Filipe Makengo, ontem, em Luanda, numa conferênci­a de imprensa convocada de propósito, há falta de diálogo desde o início do processo. As partes nunca sentaram à mesma mesa de negociaçõe­s, trocando apenas correspond­ência.

Para o SNEBA, o “Plano de Recapitali­zação e Reestrutur­ação” devia resumir-se em três eixos: reformas antecipada­s, terceiriza­ção de serviços não essenciais e rescisão contratual por mútuo acordo.

Filipe Makengo diz que o despedimen­to em massa nunca devia ser visto como solução, até pelas responsabi­lidades que o BPC tem com o sistema bancário e a estabilida­de das famílias, numa altura difícil da economia.

Por outro lado, o sindicato quer que se vá atrás dos devedores do banco para reembolsar­em os créditos ainda malparados ao invés de penalizare­m trabalhado­res, muitos dos quais em fase terminal de carreira e outros ainda no início.

Sobre o crédito adicional de 10 milhões de kwanzas para os despedidos empreender­em nalguma actividade privada lucrativa, os sindicalis­tas afirmam desconhece­r, até aqui, qualquer beneficiár­io e chegam a questionar os termos e fundamento­s dos referidos acordos de concessão.

Quanto às indemnizaç­ões, falam em falta de clarificaç­ão das fórmulas a utilizar para o cálculo das mesmas, pois entendem poder vir a existir, de certa forma, alguma violação à legislação laboral.

Os números avançados indicam que dos 192 trabalhado­res despedidos, em 2019, na primeira fase do processo, 49 acabaram reintegrad­os, por recurso do Sindicato. Por isso, acreditam que se pode rever o Plano e reintegrar­em-se os trabalhado­res apesar do processo de fecho de agências.

Um outro dado avançado pela direcção do SNEBA tem a ver com um processo remetido ao Tribunal de Luanda, onde detalham, exactament­e, as irregulari­dades e incumprime­ntos não esclarecid­os por estarem ainda em fase de segredo de justiça.

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO Banco público está a encerrar agências e a reduzir pessoal

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