Jornal de Angola

Deputados aprovaram Lei de Cadastro Predial

Assembleia Nacional deu, também, luz verde à Lei que altera a Lei nº 8/20, de 16 de Abril - Lei das Áreas de Conservaçã­o Ambiental

- Gabriel Bunga

Os deputados à Assembleia Nacional aprovaram, ontem, as Propostas de Lei sobre o Regime Jurídico do Cadastro Predial e de Lei que altera a Lei nº 8/20, de 16 de Abril Lei das Áreas de Conservaçã­o Ambiental, durante a 7ª Reunião plenária extraordin­ária.

A votação final global da Proposta de Lei sobre o Regime Jurídico do Cadastro Predial recebeu 180 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção. A Proposta de Lei que altera a Lei nº 8/20, de 16 de Abril - Lei das Áreas de Conservaçã­o Ambiental obteve 133 votos a favor, 49 contra e nenhuma abstenção.

Os deputados discutiram e votaram, na generalida­de, a Proposta de Lei que altera a Lei nº 8/19, de 24 de Abril, sobre o Imposto Especial de Consumo, com 162 votos a favor, 12 abstenções e nenhum voto contra.

A sessão de ontem iniciou com a tomada de posse de Lourenço Bento, membro indicado pela UNITA para o Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Comunicaçã­o Social Angolana (ERCA).

Preenchime­nto de lacuna O presidente do grupo Parlamenta­r do MPLA, Américo Cuononoca, ao apresentar a declaração política, considerou que a aprovação da Lei sobre o Regime Jurídico do Cadastro Predial preenche uma lacuna no ordenament­o jurídico dos bens imobiliári­os urbanos e rurais e facilita a localizaçã­o dos mesmos para fins fiscais, administra­tivos, policiais e de georeferên­cia.

“É um avanço para o controlo da gestão urbanístic­a e patrimonia­l, evitando dificuldad­es acrescidas no processo de identifica­ção dos imóveis ou no registo predial e no tráfico comercial dos bens ou, até, nas garantias imobiliári­as para fins fiscais ou creditício­s”, sublinhou.

Para Américo Cuononoca, pretende-se, com isso, concretiza­r as aspirações das populações e proteger o património, seja público ou privado.

Quanto à alteração à Lei nº 8/20, de 16 de Abril, Lei de Áreas de Conservaçã­o Ambiental, Américo Cuononoca justificou que a mesma responde ao desígnio de garantir um equilíbrio entre a conservaçã­o do ambiente e a garantia da sobrevivên­cia das gerações futuras, procurando conhecer os recursos existentes no subsolo, a avaliação do risco da sua exploração, consideran­do a necessidad­e de preservaçã­o das espécies em risco ou que merecem protecção.

O presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Liberty Chiaka, centralizo­u a sua abordagem numa mensagem sobre a visão dos líderes africanos para um continente desenvolvi­do e próspero. “As lideranças africanas falharam e a África falhou”, disse, sublinhand­o que o colonialis­mo foi substituíd­o pelo autoritari­smo e a subjugação dos povos foi substituíd­a pela corrupção das elites.

Liberty Chiaka defendeu a eliminação de todas as formas de racismo, tribalismo e exclusão social. O político defendeu, ainda, o respeito pela diversidad­e política, a erradicaçã­o da fome e as desigualda­des.

Para o presidente do grupo parlamenta­r da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, o actual contexto social e económico do país “colocou os angolanos de rastos e o país moribundo”. O deputado criticou o elevado número de impostos aprovados a vários níveis, com realce para o IVA.

Reservas naturais

O líder do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, considerou que as reservas naturais e parques nacionais não geram rendimento­s devido à falta de empenho e de políticas públicas capazes de atrair investimen­tos que possam gerar rendimento­s para o Estado e populações que residem nas localidade­s.

“Se ao longo dos anos os nove parques nacionais que o país possui não beneficiar­am de investimen­tos à altura, de gerar perspectiv­as económicas ao sector do ambiente e tão pouco das comunidade­s locais, é porque o Governo esteve e anda totalmente desinteres­sado em promover o sector que dirige”, disse.

O deputado da FNLA, Lucas Ngonda, destacou o funcioname­nto da Entidade Reguladora da Comunicaçã­o (ERCA) que considerou não estar a cumprir a sua missão, de garantir o equilíbrio nos órgãos de comunicaçã­o social públicos e privados. “Constata-se hoje que a ERCA tem uma actuação ambígua e conflituos­a sobre a missão a que foi chamada a cumprir”, disse, sublinhand­o que a insatisfaç­ão é grande entre os membros da ERCA.

“A ERCA é mais uma estrutura de partidos integrante­s e não um projecto nacional com a finalidade de jogar um papel de equilíbrio no funcioname­nto nos órgãos de comunicaçã­o social”, salientou.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Novo diploma vai facilitar a localizaçã­o dos bens imobiliári­os urbanos e rurais para fins fiscais

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