Jornal de Angola

Um ano depois da pandemia ainda existem Estados que negam a existência da doença, não tomam medidas, nem divulgam dados. Como é possível chegar-se a este ponto?

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Ainda bem que não são todos os Estados. Mas, a OMS continua a trabalhar com esses países para mostrarem o interesse em divulgar os dados e tomarem medidas para salvarem vidas. Esperamos que isso aconteça logo, porque as populações nesses países estão a sofrer e até a morrer. Até hoje, a melhor arma para travar a doença são as medidas de protecção individual e colectiva. As vacinas são um complement­o e só com elas não se chega lá.

Como se explica que a África, comparativ­amente à Europa ou à América, tenha números tão baixos de casos de Covid19 e mortes? O início da produção de vacinas levantou críticas, dúvidas e receios. Nesta abordagem o que salta mais à vista?

Hoje temos de aceitar que houve uma revolução em termos de vacina no espaço de um ano. Mas é preciso lembrar que as técnicas de produção de vacinas são conhecidas. O importante são os recursos que foram aplicados para a produção de vacinas. Nesta altura há 264 iniciativa­s de produção de vacinas no mundo e há 82 vacinas que já estão em fase de testes clínicos. Isso mostra a existência da capacidade, interesse mundial, aliada aos recursos financeiro­s. Neste momento há quase 400 milhões de doses de vacinas que já foram administra­das no mundo. Felizmente, ainda não houve nenhuma morte associada à vacina. Isso representa uma grande vitória. A Covid-19 já causou mais de 120 milhões de casos e três milhões de mortes.

E essa celeuma em relação à vacina da Astrazenec­a?

de todos estes casos notificado­s, a fim de avaliar o que foi realmente que aconteceu. Em nenhum dos casos foi possível fazer uma ligação entre a vacina e esses efeitos.

Não se cogita a possibilid­ade de que se esteja diante de uma guerra de marcas?

Estas questões são alheias ao nosso trabalho. Os efeitos existem, as pessoas tiveram problemas de saúde, algumas morreram e era necessário apurar se realmente havia alguma ligação ou não. Ainda estamos na fase de recolha de dados no mundo inteiro para continuarm­os a garantir eficácia, segurança e qualidade das vacinas.

A distribuiç­ão equitativa das vacinas também é outra preocupaçã­o…

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