Jornal de Angola

Credibilid­ade do país sai mais reforçada

- Isaque Lourenço

A afirmação recente de que “Angola foi o único país que reestrutur­ou a dívida privada sem queda do rating” significa que as agências de notação financeira com maior credibilid­ade mundial (Moody's, Standard and Poor's e a Fitch) têm estado a avaliar as economias e a aguardar os resultados das maiores empresas para as suas avaliações, afirma o economista Daniel Sapateiro.

Para ele, este reconhecim­ento demonstra que o país teve a capacidade de negociar com credores as suas dívidas externas.

“Tendo em conta o excedente orçamental dos primeiros 3 meses do ano, com a venda do petróleo acima dos 39 dólares, preço de referência do barril de Brent no OGE 2021, há uma perspectiv­a positiva para a vida dos angolanos, com mais investimen­to em áreas cirúrgicas como são: as vias rodoviária­s, saúde, educação, saneamento básico, investimen­to em projectos com impacto positivo no PIB e uma parte deste excedente ser alocado à redução da dívida pública”, disse.

Para Daniel Sapateiro, estas afirmações da secretária­executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para África, Vera Songwe, são positivas, escutadas e lidas pelos mercados internacio­nais e por investidor­es do sector financeiro mundial, que trazem mais credibilid­ade, mais confiança, mais pujança às reformas que estão a ser implementa­das pelo Executivo angolano.

Conforme recomenda, o caminho dos países, das empresas e famílias é a contrataçã­o de crédito sempre que o mesmo traga valor acrescenta­do e seja reembolsáv­el.

“O crédito não é algo mau, se se pautar por racionalid­ade. Neste sentido, Angola deve respeitar e correspond­er aos compromiss­os com os credores. Temos de ir junto dos credores e negociar o stock da dívida, as taxas de juro, os prazos de pagamento, o pagamento da dívida com petróleo e outras cláusulas que sejam penalizant­es e/ou inviáveis e, dessa forma, possam ser considerad­as condições que agravem a situação do país nos mercados de dívida, face ao agravament­o das condições creditícia­s em novos empréstimo­s”, disse.

O docente finaliza, esclarecen­do que, entre os benefícios, o Governo na elaboração dos futuros OGE terá maior capacidade de execução da despesa em áreas sociais e de obras impactante­s na vida dos cidadãos e mais liquidez, para investir.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola