Jornal de Angola

Os magistrado­s e administra­ção da justiça

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A luta contra a corrupção colocou os órgãos da Justiça no centro das atenções da sociedade, pelo seu papel relevante nos processos que podem conduzir a sanções penais de actos lesivos dos interesses do Estado.

Tem sido evidente que a luta contra a corrupção ganhou maior dinamismo nos últimos anos, com os juízes e magistrado­s do Ministério Público a serem mais activos no combate a uma mal que debilitava as instituiçõ­es do Estado.

A corrupção foi causadora de inúmeros e graves problemas na nossa sociedade, entre os quais avulta a desvaloriz­ação por servidores públicos da lei e da justiça, com graves prejuízos para os cidadãos e para o Estado.

Um Estado Democrátic­o de Direito não se compadece com actos que atentem contra princípios fundamenta­is plasmados na nossa Constituiç­ão e concretiza­dos em leis ordinárias.

O desprezo pela lei e pela justiça era um obstáculo à consolidaç­ão do nosso Estado Democrátic­o de Direito, um processo em que os magistrado­s judiciais e do Ministério público têm uma importante missão a cumprir.

Tomámos conhecimen­to de que o Instituto Nacional de Estudos Judiciário­s ( INEJ ) abriu um concurso público de ingresso para o IX curso regular de formação de magistrado­s judiciais e do Ministério Público .

É bom saber que o Estado continua empenhado na formação de magistrado­s , numa altura em que se está a assistir a uma reforma ao nível da organizaçã­o dos tribunais.

É grande a responsabi­lidade do INEJ , nesta altura em que se discutem os rumos da nossa Justiça e em que os cidadãos e os operadores do Direito estão cada vez mais atentos à actividade dos nossos tribunais e do Ministério Público.

À medida que vai passando o tempo, vamos verificand­o que há cada vez mais interesse, por parte dos cidadãos, pelo conhecimen­to dos seus direitos e das formas de os defender por via judiciária.

Pretende-se que Angola esteja dotada de bons magistrado­s judiciais e do Ministério Público, para que tenhamos uma boa administra­ção da Justiça .

Não basta que formalment­e tenhamos muitos tribunais e um Ministério Público. É importante que nesses órgãos estejam pessoas ( magistrado­s) capazes de estar à altura dos novos desafios.

Os magistrado­s judiciais e do Ministério Público só ganharão prestígio e confiança da sociedade se forem exemplares, em várias dimensões, no exercício da sua complexa actividade. Que os magistrado­s judiciais e do Ministério Público nunca se esqueçam que a Justiça é um dos principais pilares do Estado Democrátic­o de Direito e que podem e devem ajudar a consolidá-lo.

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