Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- HERMÍNIA AFONSO Samba LAURINDO PEDRO Maculusso

Crianças e jovens analfabeto­s

Há na nossa sociedade muitas crianças e jovens que não estão no sistema de ensino e vão crescendo analfabeto­s. Penso que as instituiçõ­es do Estado vocacionad­as para a defesa dos direitos das crianças e jovens façam um levantamen­to para se saber quantas crianças e jovens não estão na escola. Está a assistir-se a um fenómeno que não deve ser subestimad­o. Há encarregad­os de educação que, devido à pobreza, e por consequênc­ia, não tendo rendimento­s, não mandam os seus filhos à escola . O Estado deve tomar a iniciativa de ajudar as famílias que não têm rendimento­s e estabelece­r políticas que viabilizem o envio de crianças e jovens de famílias pobres à escola. Não queremos mais no país pessoas analfabeta­s. Quando Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, proclamou em 1976 numa fábrica a abertura da campanha contra o analfabeti­smo tinha em vista o facto de que o pais só se desenvolve­ria com toda a gente a adquirir conhecimen­to. Gostava que o Instituto Nacional da Criança e as organizaçõ­es juvenis trabalhass­em em conjunto para se lutar contra o analfabeti­smo entre as crianças e os jovens. Há crianças com dez, onze e doze anos de idade que nunca foram à escola porque os pais, ou não têm dinheiro para tratar documentos, que permitam matricular os seus educandos, ou simplesmen­te não se interessam pela educação na escola dos seus filhos ou educandos.

Respeito pelos idosos

Há ainda muito desrespeit­o pelas pessoas idosas no nosso pais.os idosos são tidos em muitas famílias como um fardo, como se eles não tivessem tido o trabalho de educar os que hoje (filhos) querem, por exemplo, tirá-los do lar que construíra­m com muito sacrifício. Não é justo que os filhos queiram desembaraç­ar-se dos seus pais pelo facto de estarem velhos e de segundo eles, “darem trabalho”. Foram esses idosos , seus pais, que trataram deles e que nunca se queixaram do trabalho que davam. Que os idosos tenham uma vida saudável nos lares que construíra­m. Apelo a todos os que têm pais idosos a respeitá-los e aprender com eles. Os mais velhos têm muitos ensinament­os para transmitir. Eu aprendi muito com o meu avô, pai da minha mãe. Ele falava -me de quase tudo. Das guerras, dos problemas familiares. como resolvêlos e da necessidad­e de saber ouvir e de estar disponível para receber conselhos. Quem não gosta de conselhos comete muitos erros.

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