CARTAS DOS LEITORES
Crianças e jovens analfabetos
Há na nossa sociedade muitas crianças e jovens que não estão no sistema de ensino e vão crescendo analfabetos. Penso que as instituições do Estado vocacionadas para a defesa dos direitos das crianças e jovens façam um levantamento para se saber quantas crianças e jovens não estão na escola. Está a assistir-se a um fenómeno que não deve ser subestimado. Há encarregados de educação que, devido à pobreza, e por consequência, não tendo rendimentos, não mandam os seus filhos à escola . O Estado deve tomar a iniciativa de ajudar as famílias que não têm rendimentos e estabelecer políticas que viabilizem o envio de crianças e jovens de famílias pobres à escola. Não queremos mais no país pessoas analfabetas. Quando Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, proclamou em 1976 numa fábrica a abertura da campanha contra o analfabetismo tinha em vista o facto de que o pais só se desenvolveria com toda a gente a adquirir conhecimento. Gostava que o Instituto Nacional da Criança e as organizações juvenis trabalhassem em conjunto para se lutar contra o analfabetismo entre as crianças e os jovens. Há crianças com dez, onze e doze anos de idade que nunca foram à escola porque os pais, ou não têm dinheiro para tratar documentos, que permitam matricular os seus educandos, ou simplesmente não se interessam pela educação na escola dos seus filhos ou educandos.
Respeito pelos idosos
Há ainda muito desrespeito pelas pessoas idosas no nosso pais.os idosos são tidos em muitas famílias como um fardo, como se eles não tivessem tido o trabalho de educar os que hoje (filhos) querem, por exemplo, tirá-los do lar que construíram com muito sacrifício. Não é justo que os filhos queiram desembaraçar-se dos seus pais pelo facto de estarem velhos e de segundo eles, “darem trabalho”. Foram esses idosos , seus pais, que trataram deles e que nunca se queixaram do trabalho que davam. Que os idosos tenham uma vida saudável nos lares que construíram. Apelo a todos os que têm pais idosos a respeitá-los e aprender com eles. Os mais velhos têm muitos ensinamentos para transmitir. Eu aprendi muito com o meu avô, pai da minha mãe. Ele falava -me de quase tudo. Das guerras, dos problemas familiares. como resolvêlos e da necessidade de saber ouvir e de estar disponível para receber conselhos. Quem não gosta de conselhos comete muitos erros.