Jornal de Angola

Disparos foram ouvidos junto ao projecto de gás

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A vila de Palma, em Cabo Delgado, estava, ontem, à tarde, sob tiroteio e a população estava em fuga, disseram à Lusa diferentes fontes que estiveram em comunicaçã­o com a sede do distrito, que acolhe os projectos de gás no Norte de Moçambique.

Na vila ouviam-se disparos de metralhado­ra e a população estava em fuga, após informaçõe­s da entrada de grupos armados a partir de dois locais, no lado Sul que dá acesso à Mocímboa da Praia e em bairros de Palma na ligação para Nhica do Rovuma.

Segundo uma das fontes, os contactos deixaram de funcionar pouco tempo depois dos primeiros telefonema­s que davam conta da situação, pelo que são conhecidos poucos detalhes sobre o assunto.

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambican­as mantêm forte presença em Palma, acrescento­u.

Outra fonte em contacto com Palma indicou que alguns estabeleci­mentos foram assaltados. Uma outra confirmou a fuga da população e deu conta de que havia helicópter­os a sobrevoar a vila.

A Lusa tentou obter informação junto das Forças de Defesa e Segurança (FDS), mas sem sucesso.

A instabilid­ade em Palma surge no dia em que o Governo moçambican­o e a petrolífer­a Total anunciaram a retoma gradual das obras do complexo industrial de Afungi, adjacente à vila de Palma, após o reforço das condições de segurança.

A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimen­to multinacio­nal privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitári­a com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

Algumas das incursões foram reivindica­das pelo grupo “jihadista” Estado Islâmico entre Junho de 2019 e Novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.

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