ONU condena uso excessivo de força
pelos militares desde o golpe de Estado de 1 de Fevereiro em Myanmar foram ontem libertados, disse fonte prisional.
“Libertámos, hoje, 360 homens e 268 mulheres da prisão de Insein” em Rangum, declarou um responsável do estabelecimento penitenciário que pediu para não ser identificado.
De acordo com a Organização Não-governamental Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP), mais de 2.800 pessoas foram detidas na sequência do golpe de Estado militar que derrubou o Governo de Aung San Suu Kyi.
Suu Kyi deveria comparecer, ontem, em tribunal, para responder às acusações de corrupção feitas pela Junta.
O acesso à Internet continua muito restrito em Myanmar, tendo o Exército ordenado o corte de ligações móveis e de várias redes wifi.
As operações militares continuam muito intensas em Mandalay (Centro do país), onde 21 civis morreram desde domingo.
Durante a madrugada, barricadas erguidas pelos manifestantes foram incendiadas, casas saqueadas e os tiros disparados em várias partes da cidade, de acordo com os meios de comunicação locais.
“A audiência pode ser muito perturbada ou nem sequer começar. O tribunal não tem wifi” neste momento, disse o advogado Khin Maung Zaw, que ainda não foi autorizado a encontrar-se com Aun Suu Kyi.
A Junta Militar justificou o golpe com alegações de fraudes maciças nas eleições legislativas de Novembro passado, ganhas pela Liga Nacional para a Democracia (NLD), partido de Aung San Suu Kyi.
O Conselho dos Direitos Humanos da ONU adoptou, ontem, uma resolução a condenar o uso “desproporcionado da força” e pretende que seja criada uma representação do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
A Junta Militar justificou o golpe com alegações de fraudes nas eleições legislativas de Novembro passado, ganhas pela Liga Nacional para a Democracia (NLD), partido de Aung San Suu Kyi
No passado dia 12 de Fevereiro, o Conselho já tinha adoptado uma outra resolução relativa a Myanmar, durante uma sessão extraordinária, em que condenava o golpe militar e exigia o levantamento do Estado de Emergência e a libertação imediata da chefe do Governo Aung San Suu Kyi.
A resolução, proposta então pela União Europeia e pelo Reino Unido, pedia “a libertação imediata e incondicional de todas as pessoas detidas arbitrariamente” e “o restabelecimento do Governo eleito”, sem fazer qualquer referência a sanções.
Apesar de ter reafirmado, esta semana, que se mantém determinada em “reprimir a