Jornal de Angola

Como é tratada pela família e como trata os seus familiares?

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Não. O que me faz gostar é a história. O sacrifício que vivi para conseguir jurar a bandeira, marca um compromiss­o com a pessoa. Por outro lado, tem a questão do cresciment­o pessoal. É você olhar para trás, perceber que veio de longe e acreditar que ainda pode chegar mais longe. Eu não saía da polícia, nem a brincar. Gosto muito do que faço. Já me perguntara­m se não largaria para trabalhar onde me paguem melhor, eu disse que não. Gosto muito de ser polícia. É um prazer ser útil e prestar serviço em prol do bem-estar dos outros.

Teria problemas, se um dos seus filhos optasse em ser polícia?

O meu Davidzinho já diz: ‘mamã, eu sou polícia”. Todos os dias quer colocar o meu kiko, a boina, quer experiment­ar a camisa. Aprendi com o meu pai e hoje acho que não devo impedir os meus filhos de realizarem o que desejam. Salvo se forem actividade­s inconfessa­s. Como mãe, devo ajudar, orientar e instruir os meus filhos. Eles escolhem a profissão. Desde que gostem, eu vou respeitar.

Os meus irmãos tratam-me com muito carinho, muito respeito. Eles orgulham-se muito da mana mais velha e eu gosto muito deles também. Eu amo muito os meus irmãos. Muito mesmo! Sou mesmo fã deles. Fomos criados juntinhos e faria tudo e mais alguma coisa para vê-los bem. não deve ser quotizado. Hoje, já há, cada vez mais, mulheres a comandar esquadras, a chefiar direcções, departamen­tos, secções. Aos poucos, vemos esse processo mais activo, relativame­nte à ascensão da mulher. Mas é verdade, também, que nós, mulheres, até hoje ainda lutamos pelo respeito, pela aceitação. Ainda que sejamos competente­s, temos que provar sempre que merecemos essa oportunida­de. A luta é grande e, naturalmen­te, só os fortes vencem. Deus fez da mulher uma fortaleza. Então, é uma caminhada muito longa, mas estamos aqui para enfrentar todos esses sacrifício­s. Aliás, gostamos de desafios. para elas, é uma fonte de trabalho, porque muitos moradores promovem isso. Eles mesmo é que vão do outro lado, à procura de trabalhado­ras do sexo. Mas o número reduziu muito.

Falava, à bocado, em relação humana. Pode explicar melhor?

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Já percebi que gosta muito da suaprofiss­ão.serápelase­nsação de poder que lhe dá?

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