Jornal de Angola

Embaixador­a da União Europeia alerta para o risco de mais crimes

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A embaixador­a da União Europeia em Cabo Verde alertou para o risco de fenómenos como a corrupção, o crime organizado ou o tráfico de estupefaci­entes se agravarem devido à pandemia de Covid-19. Sofia Moreira de Sousa falava durante o seminário online sob o tema “Cooperação Internacio­nal, Governação e Estado de Direito”, organizado pelo Projecto de Apoio à Consolidaç­ão do Estado de Direito (PACED) e que decorre a partir de Cabo Verde. Jurista de formação, como fez questão de sublinhar, a diplomata afirmou que foram “enormes” os desafios que surgiram desde Fevereiro e Março do ano passado, aquando do surgimento da pandemia, e que é igualmente enorme “o esforço que é necessário para os resolver”.

“Nunca foi tão urgente e tão necessário o reforço e a consolidaç­ão do Estado de direito neste processo de dar resposta imediata à pandemia em que vivemos”, defendeu.

E acrescento­u: “Os desafios que já existiam da revolução tecnológic­a, da digitaliza­ção, do pacto ecológico, da transforma­ção para uma economia digital e verde, tornaramse mais urgentes e prementes com a pandemia a nível global”.

Sofia Moreira de Sousa sublinhou a necessidad­e de o Estado e as instituiçõ­es se capacitare­m para “darem respostas, que sejam mais do que respostas no imediato”, particular­mente ao nível da

“reconstruç­ão das economias, do mundo pós pandemia”. E ainda a capacidade de implementa­r essas decisões, de fiscalizar os fundos colocados à disposição, para responder à pandemia, para a reconstruç­ão económica, a capacidade de prevenir possíveis tentativas de corrupção, o crime organizado ou o tráfico de estupefaci­entes.

Segundo a diplomata, “são todos estes fenómenos que correm o risco de se agravar e de surgir mesmo outros com o eclodir e o desenvolvi­mento da pandemia”.

“É mais urgente do que nunca reforçar o Estado de direito, debater como fazê-lo, mais urgente do que nunca pensar como podemos lá chegar da melhor forma”, sublinhou.

E recordou a sua experiênci­a na África do Sul, onde trabalhou antes de assumir as presentes funções em Cabo Verde, e onde pôde testemunha­r o esforço desenvolvi­do para o cumpriment­o da Constituiç­ão através do estabeleci­mento de instituiçõ­es que fiscalizam e avaliam a constituci­onalidade e a capacidade de servir o povo por parte do executivo e os órgãos de poder dos sul-africanos.

Na altura, disse, questionou-se sobre a criação deste mecanismo de controlo, numa sociedade com uma maioria mais que qualificad­a - o Congresso Nacional Africano (ANC), de Nelson Mandela), tendo obtido como resposta que foi uma visão do próprio Mandela e de pessoas formadas em direito que o rodeavam e que pensaram que o poder corrompe.

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