Vila de Palma continua debaixo de fogo cerrado
A vila de Palma, Norte de Moçambique, continua a estar debaixo de fogo cerrado havendo denúncias de um número indeterminado de mortes e de um caos generalizado
A Human Rights Watch (HRW) apelou, ontem, ao Governo moçambicano a tomar “medidas urgentes” para proteger a população de Palma, alvejada nas suas residências e nas ruas por terroristas do Al-shabab, que causaram um número indeterminado de mortes, uma situação de fogo cerrado que teima em persistir.
Com um número indefinido de pessoas em fuga desde quarta-feira da vila de Palma, Norte de Moçambique, onde na sexta-feira durante todo o dia se registaram confrontos pelo terceiro dia, a HRW afirma em comunicado enviado à Lusa que “as autoridades moçambicanas devem agir rapidamente para proteger os civis e responsabilizar todos os responsáveis pelos abusos.”
“O Al-shabab disparou contra civis nas suas casas e nas ruas de Palma, quando estes tentavam fugir para salvar as suas vidas”, disse Dewa Mavhinga, director da Human Rights Watch para a África Austral.o ataque é o mais grave junto aos projectos de gás após três anos e meio de insurgência armada à qual a sede do distrito tinha até agora sido poupada.
Corpos de adultos e crianças assassinadas são visíveis nas ruas de Palma, descreveu à Lusa um residente que, juntamente com outros, fugiu para Quitunda, quatro quilómetros a sudeste da vila, junto aos projectos de gás.
No comunicado, a HRW afirma ter contactado sete testemunhas dos ataques, que também relataram que são visíveis nas ruas cadáveres das vítimas dos ataques.
A ONG sublinha que os direitos humanos internacionais e o direito humanitário aplicável a Moçambique proíbem execuções sumárias, extrajudiciais ou arbitrárias, tortura e outros maus-tratos de pessoas sob custódia.
Segundo Mavhinga, “os horríveis abusos de grupos armados representam uma ameaça para os civis em toda a região”. “As autoridades de Moçambique devem fazer da restauração da segurança uma prioridade máxima na província de Cabo Delgado”, adiantou o responsável da HRW.