História da caça
Caça é a prática de perseguir animais selvagens ou assilvestrados, para fins alimentares, para entretenimento, defesa de bens e da população e actividades agrícolas ou com fins comerciais. O termo em inglês ‘hunting’ refere-se à caça praticada enquanto actividade legal e o ‘poaching’ à caça furtiva (constituindo uma actividade ilegal). Embora não exista uma definição estrita, o termo “caça” aplica-se na perseguição de mamíferos, aves e répteis.
A caça é uma das mais antigas actividades do ser humano para a sua sobrevivência. Embora se saiba que a linhagem de hominínios que deu origem aos humanos modernos era de onívoros, é provável que a caça só se tenha tornado uma actividade importante a partir do gênero ‘homo’. Isso teria sido determinante no desenvolvimento do senso de colaboração entre humanos, bem como no de ferramentas.
A caça de subsistência ainda é praticada por comunidades indígenas ou de regiões mais isoladas do globo.
Em sociedades agricultoras, a caça envolve uma dupla relação de familiaridade e de amizade com os animais domésticos e de hostilidade e agressividade com o mundo selvagem e misterioso. A caça como elemento cultural de uma sociedade faz parte da idiossincrasia dos habitantes rurais, que se transmite de pais para filhos.
Os adeptos da caça e os seus simpatizantes acreditam que a gestão cinegética significa colocar meios técnicos à disposição da população e ecossistemas, economia e emprego ligados aos equipamentos e infra-estruturas, actividade desportiva sociocultural e de ócio.
Entende-se que a caça, como recurso natural renovável, tem um componente regional não desprezível e que o seu correcto aproveitamento seria fonte de riqueza e de bem‐estar para a população das zonas mais desfavorecidas.
O abate de animais por desporto é praticado por povos em várias partes do mundo, independentemente da etnia e continua presente onde há condições e legislação permissiva para a sua prática.
Os adeptos da caça como desporto acreditam que a sua subsistência, em áreas milenarmente ocupadas no Velho Mundo, demonstra que um manejo adequado somado à preservação e recuperação das áreas silvestres fariam da caça um desporto ambientalmente sustentável.
O imenso progresso nas condições de vida registado na segunda metade do século XX gerou uma urbanização sem precedentes, além de uma melhoria e dinamização dos processos produtivos de carne e derivados.
Com isso, aliada à penetração de valores de preservação ecológica, a caça começou a ser discutida de forma intensa na sociedade. Muitos grupos defendem a proibição irrestrita da caça, especialmente da desportiva.