Jornal de Angola

Pobreza não deve justificar crimes no seio das famílias

- André Sibi

A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, afirmou, ontem, em Luanda, que a pobreza não pode ser considerad­a como a principal causa da violência no seio das famílias angolanas.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final da mesa-redonda sobre os “Crimes no seio familiar - um olhar ao Novo Código Penal”, e apresentaç­ão do projecto de Prémio Maria do Carmo Medina, que decorreu na Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto, a ministra de Estado disse ser “um falso problema” considerar a pobreza como a principal causa da violência no seio das famílias angolanas.

“Temos muitas famílias que cresceram em situação de pobreza e nem por isso se tornaram violentas”, disse.

A ministra de Estado defendeu maior aposta na educação, como forma de as famílias transmitir­em os valores morais às crianças desde tenra idade e termos uma sociedade sã.

Carolina Cerqueira reforçou que a pobreza não pode ser indicador para justificar a violência contra a mulher e a criança, nem da prostituiç­ão e tráfico de seres humanos. Reconheceu que as questões económicas, muitas vezes, ferem a estabilida­de familiar, mas, ainda assim, é essencial assegurar a educação para a vida, exaltando os valores morais, familiares e patriótico­s.

A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, explicou que a mesa-redonda visou estimular o debate académico e popular à volta das questões sobre os diferentes crimes cometidos no seio familiar e encontrar mecanismos para o seu combate.

Faustina Alves elogiou a entrada em vigor do novo Código Penal, por trazer aspectos que vão facilitar o combate à fuga à paternidad­e e desincenti­va a prática do fenómeno da prostituiç­ão.

O decano da Faculdade de Direito, André Víctor, assegurou que a instituiçã­o vai continuar a mobilizar a comunidade académica a olhar para os crimes no seio familiar à luz do Novo Código Penal e outros instrument­os legais em vigor, para que o país encontre caminhos para a sua mitigação.

Quantoaopr­ojectodepr­émio “Maria do Carmo Medina”, que vaidisting­uiromelhor­estudante da Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto, o decano garantiu que o mesmo deve iniciar a partir do próximo ano académico, pois, já recebeu parecer favorável do Conselho Científico da Universida­de Agostinho Neto.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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AGOSTINHO NARCSO | EDIÇÃO NOVEMBRO Carolina Cerqueira defendeu maior aposta na educação

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