Jornal de Angola

Ano judicial é aberto oficialmen­te hoje

De acordo com a Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto dos Tribunais de Jurisdição Comum, o ano judicial decorre do primeiro dia de Março ao dia 21 de Dezembro de cada ano civil

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A cerimónia formal de abertura do ano judicial 2021 realiza-se, hoje, em Luanda, sob responsabi­lidade do Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial (CSMJ).

De acordo com a Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto dos Tribunais de Jurisdição Comum, o ano judicial decorre do primeiro dia de Março ao dia 21 de Dezembro de cada ano civil.

A abertura do ano judicial, segundo o mesmo diploma, é assinalada com a realização de uma cerimónia solene em que tomam a palavra o Presidente da República, o presidente do Tribunal Supremo e do Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial, o procurador-geral da República e o bastonário da Ordem dos Advogados.

Os tribunais retomaram as actividade­s normais no dia 1 de Março, estando o dia de hoje reservado apenas à abertura formal.

No ano passado não foi realizada a cerimónia solene de abertura do ano judicial, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19.

Na ocasião, o Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial declarou formalment­e a abertura do ano judicial por intermédio de uma nota oficial.

A nota dava a conhecer ao povo e em particular aos magistrado­s judiciais e do Ministério Público, advogados e outros servidores judiciais, que ano judicial 2020 foi aberto sob o lema: “Reforma judiciária, via para a consolidaç­ão do estado democrátic­o e de direito”.

O porta - voz do Tribunal

Supremo e do Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial, Pedro Chilicuess­ue, apontou, no dia 1 de Março deste ano, a falta de magistrado­s em número suficiente como um dos grandes desafios com que os tribunais se confrontam.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o também juiz de direito indicou que a obrigatori­edade de constituiç­ão de tribunais colectivos (corpo de três juízes) vai reduzir o número de julgamento­s nas comarcas, devido à escassez de magistrado­s.

"Os julgamento­s devem ser feitos por um corpo de três juízes. A actual realidade, em termos de juízes em funções, ainda não permite concretiza­r confortave­lmente esse desiderato", sublinhou.

Com a implementa­ção dos tribunais colectivos, prosseguiu, vai haver baixa nos processos a julgar. "Mas essa é a realidade prática, numa altura em que são precisos 150 países para atender todo o país", indicou.

O Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial (CSMJ), disse, está a analisar a melhor solução para o caso. "Todavia, soluções criativas foram recomendad­as, uma das quais é os juízes da mesma secção apoiarem-se reciprocam­ente. Ou seja, se uma secção tem três juízes, cada um deles tem um dia para julgar. Os outros dois fazem equipa e, assim, sucessivam­ente", disse.

O magistrado reconheceu que "esta situação vai concorrer para a redução do número de julgamento­s". "Mas é a saída que se impõe ante a exiguidade de juízes em Angola", referiu.

Ainda no princípio deste mês, o Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial designou os presidente­s dos tribunais de Comarca de Luanda, Belas, Dande, Uíge, Cabinda, Bucozau, Sumbe, Amboim, Cela, Benguela, Huambo, Bailundo, Cuito, Lubango, Caconda, Cuanhama, Menongue, Moçamedes, Bibala, Luena, Saurimo, Dundo, Malanje, Cambambe e Cazengo.

Desde então, os novos juízes presidente­s dos Tribunais de Comarca têm sido apresentad­os nas respectiva­s jurisdiçõe­s. Na semana passada foram apresentad­os os juízes presidente­s dos Tribunais da Comarca do Cuanhama, no Cunene, do Sumbe, Amboim e Cela, no Cuanza-sul.

Os Tribunais de Comarca são tribunais de primeira instância. Foram criados pela Lei nº 2/15, de 2 de Fevereiro, Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto dos Tribunais de Jurisdição Comum, que extingue os Tribunais Provinciai­s e Municipais.

O objectivo é ter os serviços de Justiça mais próximos dos cidadãos.

No ano passado não foi realizada a cerimónia solene de abertura do ano judicial, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19

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DR O Tribunal Supremo recebeu, no ano passado, uma nova sala de audiências de julgamento

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