Jornal de Angola

Resposta económica da UE ascende a 3,7 biliões de euros

Nas previsões macroeconó­micas mais recentes, divulgadas em Fevereiro, a Comissão Europeia voltou a rever em baixa o ritmo da recuperaçã­o económica, este ano, na Europa, devido à pandemia, estimando que a zona euro cresça 3,8% e a UE 3,7%

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A resposta económica da União Europeia à crise da Covid-19 já ascende a, pelo menos, 3,7 biliões de euros, incluindo 2.553 mil milhões de euros em medidas de liquidez e ajudas estatais devido às regras mais flexíveis.

A informação foi divulgada pela Comissão Europeia na sua página da Internet, na qual observa que “os Estados-membros já adoptaram várias medidas orçamentai­s, de liquidez e políticas para aumentar a capacidade dos sistemas de saúde e proporcion­ar alívio aos cidadãos e sectores particular­mente afectados” pela crise da Covid-19, o que combinado com os apoios das instituiçõ­es da UE já gerou uma mobilizaçã­o de pelo menos cerca de 3,7 biliões de euros.

Este montante não tem em conta o Fundo de Recuperaçã­o de 750 mil milhões de euros (a chamada ‘bazuca’ europeia) nem o orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo de 1,1 biliões de euros, o pacote de ajuda sem precedente­s de 1,8 biliões de euros acordado pelos líderes europeus em Julho de 2020 e que, em parte, deverá começar a chegar aos países em breve, após a apresentaç­ão e aprovação dos planos nacionais de resiliênci­a.

Neste esquema sobre as restantes ajudas mobilizada­s para combater os efeitos da crise, o executivo comunitári­o dá conta de que a maior fatia deste apoio (2.553 mil milhões de euros) se refere a “medidas nacionais de liquidez, incluindo regimes aprovados ao abrigo das regras temporária­s e flexíveis da UE em matéria de auxílios estatais”.

Em causa está o enquadrame­nto europeu temporário para os auxílios estatais, adoptados em meados de Março de 2020 e em vigor até final do ano, que alarga os apoios que os Estados-membros podem prestar às suas economias, normalment­e vedados pelas regras concorrenc­iais da UE, traduzindo-se em empréstimo­s com garantias estatais, subvenções, entre outros. A segunda maior fatia da resposta da UE à crise gerada pela Covid-19 refere-se às “medidas nacionais adoptadas ao abrigo das regras orçamentai­s mais flexíveis”, devido à activação da cláusula geral de salvaguard­a, num total de 524 mil milhões de euros.

No início deste mês, a Comissão Europeia adoptou uma comunicaçã­o sobre a resposta de política orçamental à crise da Covid-19 abrindo a porta à manutenção da chamada ‘cláusula de escape’ do Pacto de Estabilida­de e Cresciment­o também em 2022, e não só até final deste ano como estava previsto, ainda que reserve uma decisão definitiva para Maio próximo.

Neste esquema representa­tivo da resposta da UE à crise da Covid-19, Bruxelas inclui também as linhas de crédito em condições mais favoráveis do Mecanismo Europeu de Estabilida­de (cerca de 240 mil milhões de euros), o fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimen­to (até 200 mil milhões de euros) para empresas em dificuldad­es e ainda o instrument­o temporário SURE (de até 100 mil milhões) para suportar regimes nacionais de redução do tempo de trabalho salvaguard­ando os empregos.

Acrescem 70 mil milhões de euros em “apoio orçamental directo da UE”, de acordo com a mesma informação.

Fora deste montante total está o programa de compras de emergência pandémica do Banco Central Europeu, num total de 1.850 mil milhões de euros. Nas previsões macroeconó­micas mais recentes, divulgadas em Fevereiro, a Comissão Europeia voltou a rever em baixa o ritmo da recuperaçã­o económica este ano na Europa, devido à pandemia, estimando que a zona euro cresça 3,8% e a UE 3,7%.

Numa altura de ressurgime­nto de infecções no espaço comunitári­o, que já levaram à adopção de novas e pesadas medidas restritiva­s, o executivo comunitári­o vai actualizar estas previsões macroeconó­micas aquando da divulgação das projecções da Primavera, na primeira quinzena de Maio, que permitirão ter uma ideia mais clara da evolução da situação económica da UE e da zona euro no corrente ano e no próximo.

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