Jornal de Angola

Honra da casa foi salva

Palancas Negras vencem Gabão no Estádio 11 de Novembro em jogo bem disputado e com golos marcados na segunda parte

- Paulo Caculo

A história da vitória de Angola, ontem, frente ao Gabão, resume-se a dois golos de belo efeito e a períodos de imensa disputa pela posse de bola e ocasiões para marcar. O jogo foi pontuável à última jornada do grupo D das eliminatór­ias de acesso ao CAN dos Camarões, em 2022.

Os golos foram marcados por Show, aos 63 minutos, e Loide, aos 68', que deram corpo a uma vitória.

Pressionad­o pela necessidad­e imperiosa de conquistar os primeiros três pontos, para, ao menos no último jogo, se despedirem com brilho na campanha fracassada, os angolanos entraram melhor no jogo.

Empurrados pelo futebol veloz e endiabrado de Vá, Angola deu, aos 25 minutos, o primeiro sinal de que pretendia vencer o jogo.

O remate de Ary Papel levava o caminho do golo, mas foi travado pelo poste esquerdo da baliza dos gaboneses.

A reacção dos Palancas não ficou por aí. No minuto 44 seria o estreante Mbala Nzola a protagoniz­ar um dos maiores falhanços da equipa.

Durante largos períodos da etapa inicial, a partida estava dominada pela alternânci­a da posse de bola e de ocasiões de golo, embora com maior volume de oportunida­des para Angola, fruto, também, da enorme pressão que submetia o Gabão à defesa.

Segunda parte

Na segunda parte, o conjunto nacional voltou mais forte, mais incisivo e com futebol pragmático.

Era, na maioria das vezes, pelos pés de Vá, Fredy e Ary Papel que se via as jogadas muito mais esclarecid­as, com princípio, meio e fim, capaz de provocar sérios calafrios ao último reduto dos gaboneses.

Fruto deste estado de coisas, acabou sendo, com alguma naturalida­de, que Show chegaria ao golo inaugural, na sequência de uma jogada muito bem produzida por Vá e Fredy, com este último a cruzar atrasado para Show finalizar com perfeição.

A vencer, por 1-0, Angola acreditou ainda mais e procurou pelo segundo golo. Com os jogadores a reagirem em conformida­de, sentia-se a presença de arte e engenho às suas jogadas do combinado nacional para, com isto, descobrir caminhos de acesso à baliza contrária e incomodar o guarda-redes.

O golo de Loide - puto promissor do Sporting B de Portugal - viria a confirmar a redenção dos Palancas, numa campanha que defraudou às expectativ­as.

A dada altura, custava acreditar que do outro lado estava o Gabão que nos criou imensas dificuldad­es no jogo passado e que "roubou" a Angola o lugar de qualificaç­ão ao CAN, porque surgiu revigorada, espelhou força colectiva e sinais de que ainda se pode acreditar nos novos talentos que ganham oportunida­de na Selecção e, obviamente, no futuro promissor.

Para esta vitória, Angola pressionou quanto bastou e revelou eficácia ofensiva. E, diga-se mesmos que, nesse aspecto, mais pragmático­s no ataque, com o trio composto por Vá, Ary Papel (foi substituíd­o por Herenilson) e Mbala Nzola a serem os principais "desmancha prazeres" da defensiva gabonesa, que nem a motivação da qualificaç­ão ajudou a acrescenta­r muito de novo ao seu futebol.

Os dois golos rubricados pela Selecção Nacional chegaria para colocar em evidência a superiorid­ade demonstrad­a pelo ataque, cuja eficácia esteve durante toda a campanha ofuscada.

Diante do Gabão, ontem, Angola podia até construir uma vitória muito mais dilatada, não fosse os desperdíci­os de Ary Papel e Mbala Nzola na primeira parte e de Anderson na segunda, um dos quais numa jogada individual na pequena área do adversário, em que faltou calma e serenidade suficiente para finalizar com êxito.

De resto, os pupilos de Pedro Gonçalves deixaram transparec­er a imagem de que, com maior trabalho e outras "mais valias" em sectores fundamenta­is da manobra ofensiva do conjunto, Angola pode encarar com maior optimismo o próximo compromiss­o de tentar alcançar o Mundial do Qatar.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Jogadores tiveram atitude irrepreens­ível e fizeram a festa no final do jogo no 11 de Novembro
JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Jogadores tiveram atitude irrepreens­ível e fizeram a festa no final do jogo no 11 de Novembro

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