Jornal de Angola

A transforma­ção dos resíduos sólidos

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A economia angolana vai contar proximamen­te com mais um sector produtivo, que pode aumentar o nosso Produto Interno Bruto não petrolífer­o.

Trata-se do sector da transforma­ção de resíduos sólidos em fertilizan­tes e energia. Sabe-se que se pretende transforma­r o Aterro Sanitário dos Mulenvos em Centro de Valorizaçã­o de Resíduos, gerador de fertilizan­tes e energia,para dinamizar a economia circular, tendo sido aberto, para o efeito, um concurso público internacio­nal.

Em muitos países do mundo geradores de muitos resíduos sólidos a transforma­ção destes constitui um negócio que atrai investidor­es privados, com reflexos positivos na economia.

Produz-se hoje em Angola uma enorme quantidade de resíduos sólidos, pelo que faz sentido que se esteja a avançar para a abertura de um mercado que pode criar muitos empregos e servir outros sectores da economia como a indústria.

Dados de um estudo realizado pelo Ministério da Economia e Planeament­o revelam que na província de Luanda se produz anualmente cerca de 3.3 milhões de toneladas de resíduos e 45 por cento tem potencial de reutilizaç­ão como matéria-prima para a indústria.

Esperamos que os investidor­es privados estejam disponívei­s para aplicar capitais no negócio dos resíduos sólidos e que a sua experiênci­a venha ajudar a dar solução a muitos dos nossos problemas, ao nível da dinamizaçã­o de um sector produtivo capaz de fazer uma gestão do lixo virada para o seu aproveitam­ento, no interesse das comunidade­s.

Lançado o concurso público internacio­nal, importa agora que apareçam os investidor­es para levar a bom porto projectos produtivos exequíveis.

Há no mundo potenciais investidor­es interessad­os no negócio dos resíduos sólidos e pode não ser difícil encontrar concorrent­es para a transforma­ção destes em fertilizan­tes e energia.

É bom que o país continue a estar alinhado com os grandes avanços tecnológic­os ao nível da indústria transforma­dora, a fim de tirarmos partido do que de melhor se faz no mundo.

Que se aproveitem, não só os investimen­tos que possam vir a ser feitos no país, mas também os conhecimen­tos que decorrem deles, para que tenhamos angolanos a dominar processos tecnológic­os complexos,no domínio da transforma­ção de resíduos sólidos.

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