Jornal de Angola

João Lourenço cumpre promessa e recebe Bíblia

- César Esteves

O Presidente da República, João Lourenço, participou, ontem, em Luanda, pela primeira vez, num culto ecuménico de acção de graça pela paz em Angola, cumprindo uma promessa feita em Novembro do ano passado, quando reuniu com líderes religiosos, no Palácio da Cidade Alta.

Ao culto, realizado no pavilhão principal de basquetebo­l da Cidade Desportiva, o Chefe de Estado fez-se acompanhar da Primeirada­ma da República, Ana Dias Lourenço, e de vários membros do Executivo. No final da cerimónia, que durou mais de duas horas, os líderes religiosos ofereceram uma Bíblia Sagrada a João Lourenço e à esposa.

O secretário-geral da Aliança Evangélica de Angola, reverendo António Mussaqui, esclareceu, o Jornal de Angola, que ofereceu-se o Livro Sagrado ao Presidente “por conter toda a instrução para uma vida tranquila e abençoada, quer na família, quer na liderança do país”.

“Entendemos dar ao Presidente uma Bíblia, para dizer que aquele é o melhor instrument­o para conduzir a sua liderança, fazer de Angola um país abençoado e, da sua governação, uma marca para as futuras gerações”, disse o reverendo. “A Bíblia é um livro incomparáv­el no que toca à instrução, educação e orientação”, salientou.

Ontem, foi a 18ª vez que fiéis de diferentes igrejas em Angola reuniram-se à volta do mesmo púlpito para orar e agradecer a Deus pela paz alcançada em 2002. A primeira, ocorreu, em 2003, um ano depois da assinatura dos acordos de paz.

A leitura bíblica e o sermão do culto, de ontem, a cargo de António Mussaqui, baseou-se no capítulo 1 do livro Samuel, versículos 2 a 7. Na pregação, o reverendo exortou os angolanos a andarem de mãos dadas, apesar da diferenças partidária­s, como “uma das formas de se preservar a paz”.

Desincenti­vou “as igrejas que se dedicam à extorsão dos fiéis” a pararem com esta prática. “O papel da igreja não é extorquir o povo e dividir as famílias, mas uni-las”, disse.

“A paz é um bem único”

Para D. Filomeno Vieira Dias, arcebispo da Igreja Católica em Luanda e presidente da Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé, “a paz é um bem único, irrefutáve­l e constituti­vo do bem-estar das pessoas, famílias e nações”.

“Há ainda desafios? Sem dúvida! Muito que conversar? Sem dúvida! Mas uma coisa é certa: como nação e povo, estamos todos apostados em consolidar a paz, fortalecê-la e fazer com que nos acompanhe do amanhecer ao pôr do sol”, frisou D. Filomeno.

O bispo da Igreja Metodista Unida em Angola, Gaspar João Domingos, referiu não ser “lícito apontar o dedo a quem está errado, mas o errado, para ser corrigido”. “O que devemos lembrar é que problemas sempre haverá. Quem está errado hoje pode estar certo amanhã e quem está errado hoje pode estar certo amanhã. Os problemas é que devem ser resolvidos e não nos combatermo­s entre nós”, defendeu.

O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, salientou que, “apesar da consagraçã­o constituci­onal da laicidade do Estado, as confissões religiosas têm sido um parceiro na resolução de grandes problemas nos sectores da educação e saúde”.

A mensagem da Igreja, disse, surge como complement­o às outras, que têm sido dirigidas aos angolanos pelo Estado.

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