Monumento clama por reabilitação
Inaugurado em Abril de 2012, para simbolizar a Paz e a Reconciliação Nacional, o monumento começou a ser erguido em 2010 e está no centro da cidade do Luena
As infra-estruturas de apoio ao Monumento à Paz, na cidade do Luena, província do Moxico, estão a degradarse por falta de manutenção. Além de obras de restauro, o monumento necessita de uma atenção especial, para afirmar-se como um verdadeiro símbolo de paz e reconciliação entre os angolanos.
A infra-estrutura apresenta um estado degradado. É difícil imaginar que edifícios com tão pouco tempo de duração apresentem tal aspecto. Algumas fontes afirmam que não houve uma fiscalização rigorosa por altura da construção, porque o material usado não foi adequado para a envergadura que tem. Moxico é uma região de muita chuva e uma infra-estrutura dessa dimensão não podia ser erguida com vigas de madeira para sustentar o tecto.
No ano passado, devido a obras na sua sede, O Jornal
de Angola funcionou numa das salas do Monumento à Paz, tendo notado várias situações, entre as quais infiltrações de água, desabamento de tecto falso e algum descuido com a limpeza do espaço.
Outro problema que a direcção do monumento enfrenta é a falta de orçamento para manter o bom funcionamento dos serviços. Além do director, não existem outros funcionários em plena efectividade, até para fazer a limpeza no interior e em todo o perímetro. Para o efeito, são mobilizados alguns jovens que, no fim, aguardam por alguma recompensa pelo trabalho prestado.
Apesar dos problemas, o local continua a ser a escolha de muitos visitantes e habitantes, principalmente, recém-casados, que, após a cerimónia do enlace matrimonial, aproveitam o espaço para fotografias.
O director do monumento, Zango Machai, disse que a biblioteca, salas de exposição de fotos, anfiteatro, restaurante e a parte frontal, onde está a pomba que simboliza a paz, são as áreas mais frequentadas.
Raimundo Zango Machai lamentou a falta de verba para a manutenção do edifício. “Todos os edifícios apresentam fissuras e têm infiltração de água. Por falta de verbas, não é possível fazer nenhuma intervenção para estancar o problema, que já dura há quase cinco anos”.
Referiu que a Biblioteca do Monumento à Paz tem livros de todos os níveis de ensino e está registada nas melhores bibliotecas de África. Sublinha que, antes da pandemia do novo coronavírus, recebia leitores das províncias do Bié e Huambo.
Segundo o antropólogo, o monumento simboliza o sacrifício dos angolanos, após vários anos de guerra, e os valores que representam a paz para o bem-estar de cada cidadão.
Inaugurado em Abril de 2012, para simbolizar a Paz e a Reconciliação nacional, o monumento começou a ser erguido em 2010 e está no centro da cidade do Luena. Tem como marco uma pomba branca gigante, com mais de dez metros de altura. Dispõe de uma biblioteca, restaurante, área de informática e jardim.
A construção do monumento foi a melhor forma de homenagear a província do Moxico, que, em Março de 2002, testemunhou a assinatura do Memorando de Entendimento do Luena (Moxico), que viria abrir caminho para a paz definitiva no país. Tem um significado especial para todos os que buscam a fraternidade e a solidariedade entre os homens.