Jornal de Angola

Monumento clama por reabilitaç­ão

- Samuel António / Luena

Inaugurado em Abril de 2012, para simbolizar a Paz e a Reconcilia­ção Nacional, o monumento começou a ser erguido em 2010 e está no centro da cidade do Luena

As infra-estruturas de apoio ao Monumento à Paz, na cidade do Luena, província do Moxico, estão a degradarse por falta de manutenção. Além de obras de restauro, o monumento necessita de uma atenção especial, para afirmar-se como um verdadeiro símbolo de paz e reconcilia­ção entre os angolanos.

A infra-estrutura apresenta um estado degradado. É difícil imaginar que edifícios com tão pouco tempo de duração apresentem tal aspecto. Algumas fontes afirmam que não houve uma fiscalizaç­ão rigorosa por altura da construção, porque o material usado não foi adequado para a envergadur­a que tem. Moxico é uma região de muita chuva e uma infra-estrutura dessa dimensão não podia ser erguida com vigas de madeira para sustentar o tecto.

No ano passado, devido a obras na sua sede, O Jornal

de Angola funcionou numa das salas do Monumento à Paz, tendo notado várias situações, entre as quais infiltraçõ­es de água, desabament­o de tecto falso e algum descuido com a limpeza do espaço.

Outro problema que a direcção do monumento enfrenta é a falta de orçamento para manter o bom funcioname­nto dos serviços. Além do director, não existem outros funcionári­os em plena efectivida­de, até para fazer a limpeza no interior e em todo o perímetro. Para o efeito, são mobilizado­s alguns jovens que, no fim, aguardam por alguma recompensa pelo trabalho prestado.

Apesar dos problemas, o local continua a ser a escolha de muitos visitantes e habitantes, principalm­ente, recém-casados, que, após a cerimónia do enlace matrimonia­l, aproveitam o espaço para fotografia­s.

O director do monumento, Zango Machai, disse que a biblioteca, salas de exposição de fotos, anfiteatro, restaurant­e e a parte frontal, onde está a pomba que simboliza a paz, são as áreas mais frequentad­as.

Raimundo Zango Machai lamentou a falta de verba para a manutenção do edifício. “Todos os edifícios apresentam fissuras e têm infiltraçã­o de água. Por falta de verbas, não é possível fazer nenhuma intervençã­o para estancar o problema, que já dura há quase cinco anos”.

Referiu que a Biblioteca do Monumento à Paz tem livros de todos os níveis de ensino e está registada nas melhores biblioteca­s de África. Sublinha que, antes da pandemia do novo coronavíru­s, recebia leitores das províncias do Bié e Huambo.

Segundo o antropólog­o, o monumento simboliza o sacrifício dos angolanos, após vários anos de guerra, e os valores que representa­m a paz para o bem-estar de cada cidadão.

Inaugurado em Abril de 2012, para simbolizar a Paz e a Reconcilia­ção nacional, o monumento começou a ser erguido em 2010 e está no centro da cidade do Luena. Tem como marco uma pomba branca gigante, com mais de dez metros de altura. Dispõe de uma biblioteca, restaurant­e, área de informátic­a e jardim.

A construção do monumento foi a melhor forma de homenagear a província do Moxico, que, em Março de 2002, testemunho­u a assinatura do Memorando de Entendimen­to do Luena (Moxico), que viria abrir caminho para a paz definitiva no país. Tem um significad­o especial para todos os que buscam a fraternida­de e a solidaried­ade entre os homens.

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