CAN’2010 o maior desafio
Em 2008, seis anos depois do estabelecimento da paz, Angola assumia, em Accra, capital do Ghana, a organizaçãodocampeonatoafricano das Nações de 2010, o que foi, prontamente, aceite pelo Comité Executivo da Confederação Africana de Futebol.
A decisão levantou algum pomo de discórdia. Pois, para algum segmento da sociedade, o país, ainda com as feridas abertas pela guerra por sarar, tinha outras prioridades. Justino Fernandes, à época presidente da Federação Angolana de Futebol, António Mangueira e Rui Costa foram imunes a todas as criticas. Aliás, não tinham como, porque o compromisso já estava assumido.
O CAN’2010 foi responsável pela construção de quatro modernos estádios, nomeadamente o 11 de Novembro (Luanda), O’mbaka (Benguela), Chiazi (Cabinda) e Tundavala (Huíla). Todos estes projectos eram impensáveis no tempo em que víamos o país a tentar escapar da agressão de uma guerra atroz, de consequências incalculáveis.
Aqui neste quesito, também se pode aferir que o país saiu vencedor, apesar de no plano competitivo não ter ido para lá dos quartos-de-final, arrumado pelo Ghana, naquele sprint de Asamoah Gian, que anulou o “nosso” Kaly, para o golo fatal e de triste memória.
Os estádios do CAN estão aí, para servir o futebol nacional, ainda que em certos casos se constate alguma inércia no seu pleno aproveitamento, situação a ver com a falta de políticas de gestão e exploração melhor concebidas e orientadas.
Enfim, em 19 anos de paz os ganhos no sector desportivo foram vários e visíveis aos olhos de todos, sendo que só não os enxerga quem, deliberadamente, não queira, porque feito refém de um cepticismo doentio e bacoco...