Jornal de Angola

“Sempre fui uma mulher muito activa” São os filhos que ensinam os pais a sê-lo?

- Ferraz Neto e João Cunha EDIÇÕES NOVEMBRO

Amélia Madaleno é um dos rostos mais visíveis da televisão angolana na actualidad­e. De performanc­e física e charme atractivos, a apresentad­ora trocou, há dez anos, Moçambique por Angola e é na ZAP Viva, mais concretame­nte no programa Estrelas ao Palco - Vencedores, que que apresenta ao lado do músico Ady Cudz, onde se tem notabiliza­do. Antes de atingir o estatuto de apresentad­ora, foi camareira As mulheres têm muito tabu em revelar o nome de registo e a data de nascimento. Também é o seu critério?

Não. Estou registada com o nome de Amélia Cristina Menezes da Conceição Madaleno. No círculo familiar, sou conhecida por Tina, por causa da Cristina. Nasci no dia 9 de Junho e sou do signo gémeos. Sou natural da cidade de Maputo, a capital da República de Moçambique.

É, muitas vezes, exposta e partilhada pelos seus seguidores ou admiradore­s pelas diferentes redes sociais. Mas pouco ou nada se fala sobre a sua vida conjugal e familiar...

É verdade. Sou casada e mãe de dois filhos, o Cristian, de 15 anos de idade, e a Jéssica, de 7.

A Covid-19 veio alterar a nossa maneira de ser e estar. Nesta quarentena, o que descobriu sobre si mesma?

Descobri tanta coisa sobre mim. Quando se trabalha em televisão, é tudo muito intenso. Quando há comprometi­mento e entrega total, deixamos de dar atenção a outras coisas da nossa vida que também requerem esse comprometi­mento e essa entrega.

O confinamen­to social fruto da pandemia gerou disputas e discussões em muitos lares. Quem dirige o comando da televisão em casa?

Depende (risos) … Todos comandam. Só não há negociação na hora das minhas novelas.

Os nossos membros familiares directos são, muitas vezes, os críticos e admiradore­s. Como reagem os teus filhos quando vêem a mãe na televisão?

Ficam muito contentes e orgulhosos. O meu filho não comenta muito sobre o assunto. Já a minha filha fala sobre tudo, a começar pelo visual com direito a reacções com fotos e áudios.

No próximo dia 3 de Maio, assinala-se o Dia da Mãe.

Acho que ninguém tem uma noção certa ou exacta sobre esta bênção que é ser mãe. Todas temos os nossos pontos de vista de acordo com as nossas vivências e experiênci­as, o que me leva a crer que existirá sempre uma surpresa para as mães. Os sentimento­s face às doenças e surpresas face ao rápido cresciment­o… são uma montanha russa de emoções e sentimento­s a toda hora.

Que tipo de dificuldad­es acrescem por se ser mãe jovem?

Fui mãe pela primeira vez muito cedo e confesso que o mais difícil foi o julgamento e o preconceit­o das pessoas. Actualment­e, ainda jovem e a viver num país onde não tenho muitos familiares, preocupo-me muito em passar os princípios que me foram passados pelos meus pais e avôs.

Também. As adversidad­es da vida também.

O que é que faz que embaraça os filhos?

Chamar a atenção quando os amigos estão por perto.

O exercício físico é uma necessidad­e ou um mal necessário?

Para mim, é uma necessidad­e, sem dúvida.

As celebridad­es estão muito preocupada­s com a

aparência e performanc­e física. Em que circunstân­cias entra o exercício físico na sua vida?

Sempre fui muito activa. Sempre gostei de desporto e, em todas as escolas, fiz parte das equipas de futebol. O exercício físico, para mim, é mais do que uma forma de manter o corpo em forma, é um momento que me dá imenso prazer e relaxa.

Uma das coisas que desperta atenção em Amélia Madaleno é o brilho da pele. O que a faz corar?

Epah… (risos) é fácil deixarme corada.

As mulheres sentem-se envaidecid­as quando são elogiadas. Gosta de conquistar ou ser conquistad­a?

As duas (risos).

Os seres humanos têm defeitos e virtudes. O que nunca perdoaria a alguém?

A falsidade.

É dona de uma beleza ímpar e julgo que já recebeu elogios de muitas pessoas. A beleza ajuda ou atrapalha?

As duas coisas (risos).

Apesar da sua jovialidad­e, a caminhada até chegar aqui parece ter sido longa. Qual foi o seu primeiro emprego?

Camareira nos desfiles da DDB Moçambique. Camareiras são profission­ais responsáve­is pela limpeza diária dos quartos, higienizaç­ão dos banheiros, troca das roupas de cama e toalhas e a conferênci­a dos itens do frigobar, repondo aquilo que já foi consumido de um dia para o outro.

O que é a DDB?

A DDB é uma das maiores agências de comunicaçã­o e publicidad­e de Moçambique, que trabalha com espírito nacional e “know-how” multinacio­nal. Ao longo dos vinte anos de existência em Moçambique, tem colaborado com algumas das marcas mais reconhecid­as. A DDB, além de uma agência de publicidad­e, é criadora e gestora de marcas, constituíd­a por uma equipa jovem, profission­al, competente, motivada e criativa.

Parece ser uma pessoa cheia de talento quando está diante das câmaras. Que talento não tem e gostaria de ter?

Para a música. Gosto muito de cantar.

O que se nota primeiro em si: esforço ou talento?

Não sei, digam-me vocês.

Apresentar o Estrelas ao Palco no ZAP Viva é um sonho ou a realização de mais uma meta?

Sem sombra de dúvidas, um sonho. O facto de estar em outro país e com o meu trabalho a conquistar estas oportunida­des deixa-me muito feliz. Não é fácil, não se consegue agradar a todos e sei que este lugar era desejado por mais profission­ais capazes de fazer um bom trabalho. A minha gratidão.

Qual foi o pior conselho que recebeu?

Não acho que tenha existido um pior conselho. Se me deram, foi porque pedi ou foi-me dado por alguém que se ache no direito de me dar o tal conselho, pois existe essa abertura. Logo, acho que foram sempre dados de coração. Se foi o mais acertado ou não, são outros quinhentos.

O que a comove?

A injustiça.

O que a tira do sério?

A inveja.

A quem pertence o número de telefone mais famoso da sua lista telefónica?

Aos meus filhos (risos).

Se fosse um super-herói, que poderes gostaria de ter?

De curar as doenças. Perdi o meu avô paterno para o cancro da próstata. Assim como eu, existem várias pessoas que perderam os seus entes queridos para esta e outras doenças e que até hoje não conseguem ultrapassa­r isso.

Se a sua vida fosse um filme, que título teria?

“Agarra-me se puderes!”.

Quem a conhece como só você se conhece?

Ninguém. Nem a minha sombra, porque me abandona quando estou no escuro.

O que nunca contou sobre si?

Que acredito muito na lei do retorno!

“Fui mãe pela primeira vez muito cedo e confesso que o mais difícil foi o julgamento e o preconceit­o das pessoas. Actualment­e, ainda jovem e a viver num país onde não tenho muitos familiares, preocupo-me muito em passar os princípios que me foram passados pelos meus pais e avôs”

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