Jornal de Angola

Fabricante de desodoriza­nte “Oásis” recebe multa pesada

- Roque Silva

A Nuvibrands, detentora da marca de desodoriza­nte “Oásis”, vai pagar uma multa de mais de 200 milhões de kwanzas, por terem sido encontrado­s no armazém da empresa cerca de quatro mil frascos de desodoriza­nte com data de validade adulterada, informou o inspector Romão Antas.

A multa foi aplicada à Nuvibrands pela Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), que deu um prazo de seis meses para o pagamento dos 200 milhões de kwanzas.

Os frascos de desodoriza­nte “Oásis” com data de validade adulterada, detectados por inspectore­s do Comércio em 905 caixas acondicion­adas no armazém da fábrica Reviva, pertencent­e à empresa Nuvibrands, foram destruídos na quinta-feira última, no Aterro Sanitário dos Mulenvos, localizado no município de Viana.

O inspector Romão Antas, que acompanhou a destruição dos desodoriza­ntes, declarou que a adulteraçã­o do prazo de validade de qualquer produto configura “infracção grave”, daí a razão de a multa ter sido “aplicada ao extremo da lei”.

O inspector informou que, além da obrigação de pagamento de uma multa, a empresa Nuvibrands vai ser alvo de um processocr­ime, a ser instaurado pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC).

“Os actos praticados ferem aleidasact­ividadesco­merciais e a Lei de Defesa do Consumidor”, acentuou Romão Antas, alertando que, se houver reincidênc­ia, a coima é duplicada, assim como pode ser suspenso o processo de produção de desodoriza­ntes“oásis”ouainda a retirada da licença.

O inspector Romão Antas revelou que a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar instaurou contra a Nuvibrands um segundo processo, por terem sido encontrado­s em armazém matéria-prima expirada para a produção de detergente­s.

Os frascos de desodoriza­ntes “Oásis” com data de validade adulterada e matéria-prima expirada foram detectados em Outubro do ano passado, quando um grupo de inspectore­s se deslocou à fábrica Reviva, localizada no Distrito Urbano do Kikuxi, município de Viana, na sequência de uma denúncia feita pela Associação Angolana de Ajuda ao Consumidor (AAAC).

No acto de destruição dos frascos de desodoriza­nte “Oásis” esteve um representa­nte da empresa Nuvibrands, que se recusou falar à imprensa.

A AAC fez a denúncia depois de ter encontrado à venda de unidades da marca Oásis em algumas superfície­s comerciais e mercados informais da província de Luanda.

O prazo de validade dos desodoriza­ntes destruídos expirou em 2019 e foi adulterado para que o produto continuass­e a ser comerciali­zado até Setembro deste ano.

Ontem, num contacto telefónico feito pelo Jornal de Angola, o presidente da AAAC, Marcelino Bongue, admitiu a possibilid­ade de haver, sobretudo no mercado informal, na via pública e em lojas de conveniênc­ia, “muitos frascos” de desodoriza­nte “Oásis” com data de validade adulterada à venda em todo o país.

Marcelino Bongue disse que, depois de a denúncia ter sido feita em Outubro, activistas da associação encontrara­m em prateleira­s de superfície­s comerciais e em mercados de rua desodoriza­ntes “Oásis”, com data de validade suprimida na base dos frascos, em cujo topo está grafada a data de validade adulterada.

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