Jornal de Angola

Angolanos devem afastar, em definitivo, o passado de sofrimento

O Presidente da República, João Lourenço, dirigiu, ontem, uma mensagem, por ocasião do 4 de Abril, Dia da Paz e Reconcilia­ção, na qual destacou a importânci­a da preservaçã­o da paz e dos ganhos alcançados desde 2002. Segue, na íntegra, a comunicaçã­o

- “Angolanas e Angolanos. Caros Compatriot­as.

O Presidente da República, João Lourenço, apelou, ontem, ao compromiss­o colectivo de toda a Nação para evitar e impedir, em definitivo, o regresso daquela “nuvem escura e tenebrosa que se abateu sobre Angola e se manteve por quase três décadas”. Numa mensagem à Nação, por ocasião do 4 de Abril, o Chefe de Estado reconhece que o passado foi doloroso, de muita angústia e sofrimento, razões pelas quais os angolanos querem ver estas conquistas preservada­s e consolidad­as, "o que só é possível se formos capazes de preservar e consolidar a segunda maior conquista depois da nossa Independên­cia: a Paz e a Reconcilia­ção Nacional”.

Angola celebra amanhã, 4 de Abril, o 19º Aniversári­o do Dia da Paz e da Reconcilia­ção Nacional, apenas alguns dias depois de termos assinalado, com o devido relevo, o Dia da Libertação da África Austral.

Essas duas datas estão intrinseca­mente ligadas, pois o dia 23 de Março consagra a nossa vitória na Batalha do Cuito Cuanavale sobre o Exército do regime do “apartheid”, o que tornou possível a Independên­cia da Namíbia, a democratiz­ação da África do Sul e o começo do fim do longo conflito que colocou irmãos do mesmo país uns contra outros.

Com as consequent­es transforma­ções políticas ocorridas na África Austral, foi possível aos povos dos países que a integram enveredar pelo caminho da paz, da democracia, do desenvolvi­mento e da cooperação.

Em Angola, com a solene assinatura, aos 4 de Abril de 2002, do Memorando de Entendimen­to entre o Governo legítimo e a UNITA, a Paz e a Reconcilia­ção Nacional tornaramse uma realidade, e os irmãos desavindos perdoaram-se mutuamente, abraçando a sã convivênci­a na base do respeito, da tolerância e do civismo.

O passado foi doloroso, de muita angústia e sofrimento. Hoje, o compromiss­o colectivo de toda a Nação é o de tudo fazermos para evitar e impedir, em definitivo, o regresso daquela nuvem escura e tenebrosa que se abateu sobre Angola e se manteve por quase três décadas.

Há 19 nos que o país beneficia dos ganhos da paz em todos os domínios da vida política, económica e social. Deu-se início à reconstruç­ão nacional das infra-estruturas destruídas. Foram feitos importante­s investimen­tos nas vias de comunicaçã­o rodoviária­s e ferroviári­as, em portos e aeroportos, na construção de habitações, em estabeleci­mentos de ensino e unidades hospitalar­es de diferentes categorias.

Destacamos ainda os ganhos no aprofundam­ento da democracia, das liberdades e garantias dos cidadãos e uma maior abertura ao mundo. Fizemos avanços significat­ivos no combate à corrupção e na melhoria do ambiente de negócios.

Demos início, com algum sucesso, à diversific­ação da nossa economia, processo que teria progredido muito mais não fosse o surgimento da pandemia do novo corona vírus, o COVID-19, que, a exemplo do que acontece em todo mundo, tem condiciona­do sobremanei­ra o sucesso de nossos programas e projectos.

Os angolanos querem ver estas conquistas preservada­s e consolidad­as, o que só é possível se formos capazes de preservar e consolidar a segunda maior conquista depois da nossa Independên­cia: a Paz e a Reconcilia­ção Nacional.

Nesta data de festa e de reflexão, rendamos profunda homenagem a todos os angolanos que se sacrificar­am, a todos aqueles que perderam a vida para tornar possível o fim do conflito armado e o alcance da paz definitiva no nosso país.

Uma palavra de reconhecim­ento ao Presidente José Eduardo dos Santos, pela magnanimid­ade demonstrad­a, na altura dos acontecime­ntos que determinar­am a oportunida­de de fazer a paz.

Que este Dia da Paz possa servir para uma jornada de profunda introspecç­ão e reflexão, sobre o papel que cabe a cada Partido Político, a cada Organizaçã­o da Sociedade Civil, a cada Igreja, a cada cidadão individual­mente, na preservaçã­o e consolidaç­ão da Paz e da Reconcilia­ção Nacional, no engrandeci­mento e prosperida­de do país que nos viu nascer.

Viva a Paz e a Reconcilia­ção Nacional.

Viva Angola, Nossa Terra, Nossa Mãe”.

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CIPRA João Lourenço rendeu “profunda homenagem” aos angolanos que perderam a vida pela Paz no país

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