As medidas sanitárias
Desde há algum tempo que algumas instituições internacionais, organismos nacionais pessoas dotadas de conhecimento e experiência na área das Ciências Médicas não cessam de alertar para os riscos relacionados com o surgimento de várias estirpes do vírus que provoca a Covid-19. Hoje, encontramo-nos confrontados com variantes que, não raras vezes levando nomes das origens, deviam servir para a tomada de cuidados que envolvem os tais destinos.
Em todo o caso, precisamos de continuar a redobrar os esforços para observar rigorosamente as medidas de contenção da Covid-19, independentemente do processo de vacinação que começa a generalizar-se um pouco por todo o país.
Apesar dos alertas, infelizmente, continuamos ainda a assistir a procedimentos que ilustram uma significativa redução da aplicação do Decreto Presidencial e das medidas sanitárias recomendadas. Mais do que a imposição legal, a existência de meios coercivos para a sua aplicação prática ou da Polícia Nacional para fazer cumprir, não há dúvidas de que o problema da consciencialização é a vertente mais importante em tudo isto. É preciso que o cumprimento das leis, dos regulamentos e das recomendações que se impõem sejam, preferencialmente, observados com o voluntarismo que se espera. Não faz sentido que cumpramos apenas com as nossas obrigações, aqui muito concretamente sobre a Covid-19, quando existam homens e meios para fiscalizar.
Hoje, lamentavelmente, o uso de máscara na via pública começa a deixar de envolver a obrigatoriedade na medida em que se notam dezenas de pessoas a circular pelas ruas de Luanda sem o referido item sanitário. Contrariamente à ideia de que a Covid-19 está já completamente vencida e como que normalizada a vida das populações, na verdade, nem estamos ainda a caminho da jornada para conter a pandemia. Mesmo quando eventualmente vacinarmos mais de metade de população, vivemos um ambiente de relativo controlo da doença e houver, necessidade de regresso à normalidade, não há dúvida de que continuaremos a observar as imposições legais e sanitárias. Nesta "maka da Covid-19" não nos podemos antecipar às autoridades, a todos os níveis, promovendo a ilusão de que já podemos aceder aos espaços públicos sem a máscara e sem os distanciamentos recomendados, ir às festas e outras práticas que atentam contra o que está recomendado.
A Covid-19 é uma realidade com a qual precisamos de lidar com a responsabilidade, com a sensação de ameaça à Saúde Pública que a mesma envolve e necessidade de respostas individuais e colectivas. Não podemos lidar com a Covid-19, como parece de alguma maneira estar a ocorrer, na perspectiva de que enquanto alguns se esforçam por cumprir com o Decreto Presidencial e com as medidas sanitárias, outros fazem exactamente o contrário. Sem alarmismo, precisamos de nos preparar para melhor nos defendermos contra as variantes que começam a dar nas vistas, algumas das quais com grande poder infeccioso. A Covid-19 é real porque continua a matar, logo não faz qualquer sentido lidar com ela como se ela não existisse, como indica o comportamento das pessoas que não cumprem com as medidas impostas.