Jornal de Angola

Incumprime­nto da Declaração de Malabo

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A comissária da União Africana lamentou o facto de as duas últimas avaliações semestrais terem mostrado que o continente não está a cumprir um conjunto de compromiss­os relacionad­os com a implementa­ção da Declaração de Malabo.

“Os Estados-membros têm dificuldad­es em colocar as suas próprias decisões em prática, apesar dos esforços da Comissão da União Africana em facilitar o processo de domesticaç­ão da Declaração de Malabo nos seus planos nacionais de investimen­to agrícola”, disse a engenheira agrónoma.

Josefa Sacko revelou que, desde a Declaração de Maputo, em 2003, os

Estados ainda não conseguira­m alocar 10 por cento dos orçamentos nacionais à agricultur­a, conforme acordado, o que adia, ainda mais, o processo de transforma­ção do sector agrícola, que poderia conduzir outros sectores económicos, como a indústria, infra-estruturas e serviços, a conhecerem outra dinâmica.

Além disso, defendeu que a natureza das políticas agrícolas também deve levar em conta a integração e o fortalecim­ento do papel das mulheres na revolução agrícola africana, porque a agricultur­a e o agro-negócio também abrem possibilid­ades para milhões de jovens que entram regularmen­te no mercado de trabalho.

“A cooperação agrícola e o intercâmbi­o das melhores práticas devem estar no centro das estratégia­s de desenvolvi­mento intra-africanas e da parceria com grandes blocos económicos, como a União Europeia, os EUA, a China e a Índia”, sugeriu.

Segundo Josefa Sacko, “enquanto os Estados-membros da União Africana continuare­m a não implementa­r compromiss­os fundamenta­is como os constantes na Declaração de Malabo, que constitui um instrument­o válido para reforçar o financiame­nto dos investimen­tos na agricultur­a, África atrasará a sua marcha para a segurança alimentar”.

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