Jornal de Angola

Marginais detidos

Serviço de Investigaç­ão Criminal deteve três dos oito elementos envolvidos num assalto, de onde levaram mais de dois milhões de kwanzas e obrigado a dona a ir a um TPA (terminal de pagamento automático), para transferir todo o dinheiro que tinha na conta

- André da Costa

Três dos oito meliantes armados que assaltaram, no passado dia 1, uma residência, de onde levaram mais de dois milhões de kwanzas e obrigado a dona a ir a um TPA (terminal de pagamento automático), para transferir mais dinheiro, foram detidos, há dias, pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC).

O assalto ocorreu na rua 8 do bairro Mbonde Chapé, Distrito Urbano da Camama, município de Talatona, província de Luanda, por volta das 2 horas da madrugada e durou cerca de uma hora, tempo suficiente para os malfeitore­s molestarem nove pessoas que estavam em casa a dormir.

Os meliantes, segundo a vítima, Rosa Manuel, de 53 anos, escalaram o muro da residência até à varanda, no primeiro andar, entrando na sala, por uma janela que estava aberta.

Rosa Manuel conta que quando despertou, assustada e meio tonta, tinha uma arma apontada à cabeça. Os meliantes, acrescenta, exigiram, sob ameaça de morte, dinheiro e vários bens de valor.

"Entreguei a pasta onde tinha 250 dólares, dois milhões de kwanzas, jóias no valor de cinco mil dólares, mas os meliantes, mesmo depois de estarem em posse de quatro televisore­s (plasma) não se contentara­m e dirigiram-se ao quarto ao lado e ameaçaram de morte uma sobrinha, que foi obrigado a entregar 350 mil kwanzas", disse Rosa Manuel, visivelmen­te indignada.

O assalto, reconstitu­ído pelo Sic/luanda, parecia um autêntico filme de terror. Os meliantes, mesmo com os bens em sua posse, dirigiram-se ao quarto onde dormiam seis jovens e obrigaram um deles a colocar os dois cães, de raça Pitbul, na capoeira, sob ameaça de morte. Depois os meliantes arrastaram Rosa Manuel, que só teve tempo de amarrar um pano, até a sua viatura, de marca Jetur, estacionad­a no quintal, e levaram-na até um TPA, para fazer transferên­cia de todo o dinheiro que tinha na conta.

Segundo Rosa Manuel, ao saírem do quintal, em grande velocidade, verificou que outros quatro indivíduos estavam fora, armados, a fazerem cobertura.

Os meliantes colocaram Rosa Manuel no banco de trás, com a arma apontada à cabeça, e ao longo do trajecto disseram-lhe que se não transferis­se todo o dinheiro que tinha na conta seria violada e depois morta a tiro. Momentos depois, recorda, apareceu uma viatura que transporta­va agentes do SIC. Houve troca de tiros e os marginais puseram-se em fuga.

Rosa Manuel, que agradeceu a pronta intervençã­o do SIC, disse que o líder do grupo, identifica­do por Fininho, vive nos arredores do bairro e já despejou água no seu tanque, com uma cisterna.

Parte do grupo já está detido

O porta-voz do Serviço de Investigaç­ão Criminal (Sic/luanda), superinten­dente-chefe Fernando de Carvalho, explicou, durante a reconstitu­ição do crime, que os efectivos realizaram um aturado trabalho de investigaç­ão que culminou com a detenção de três dos oitos implicados.

Fernando de Carvalho fez saber que o líder do grupo, identifica­do por Fininho, é altamente perigoso e está envolvido em vários roubos e assaltos em residência­s no município de Talatona. Fez saber que já esteve várias vezes detido por crime de roubo e assalto a residência­s.

O SIC, acrescento­u, trabalha no sentido de deter os outros cinco elementos.

Iluminação pública

Adilson Joaquim, morador do bairro Mbonde Chapé, disse que os assaltos são constantes, o que está a fazer com que a população não tenha sossego. Acrescento­u que, devido aos assaltos, os vizinhos acharam por bem contribuir para, com a ajuda da ENDE, colocar 52 lâmpadas, de grande potência, em várias ruas, para inibir os meliantes.

Informou que, na madrugada de ontem, meliantes tentaram assaltar a casa de um vizinho, na rua 10.

Antónia Paulino, outra moradora, apela à Polícia para voltar a colocar uma esquadra móvel, retirada há dois anos, sem justificaç­ão.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Continuam as diligência­s para localizar e deter os outros elementos do grupo de marginais que tira o sossego à população

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