Sector eléctrico interliga os sistemas Norte e Sul
Um projecto de interligação entre as regiões Norte e Sul e com os mercados regionais está em curso no país, juntando a Power Africa (PA), o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Governo, para garantir a partilha de mil megawatts e, deste modo, chegar-se rapidamente a uma taxa de cobertura de 60 por cento até 2025.
A oferta actual permite ao país atender 43 por cento das necessidades das cidades e 10 das áreas rurais, segundo explica uma nota da Power Africa (PA) a que o Jornal de Angola teve acesso.
Esta parceria, de acordo com os promotores, visa também responder ao facto de, durante décadas, a rede de electricidade nacional ter sofrido grandes lacunas no fornecimento, pois não havia interligação entre as partes Norte, Centro e Sul do país, resultando em défices energéticos regionais e num serviço pouco fiável.
O trabalho conjunto propõe-se expandir a infra-estrutura de electricidade e facilitar novas ligações domiciliares. Foi nesta base que, em Março de 2020, o BAD anunciou um empréstimo ao Governo para melhorar e expandir a capacidade de transmissão e ligar 1,2 milhões de novos clientes à rede.
Uma parte do Programa de Expansão e Eficiência do Sector Energético (ESEEP) do BAD engloba a construção de uma linha de transmissão de 343 quilómetros e 400 kilovolts, que irá juntar as “ilhas na rede” Norte, Centro e Sul pela primeira vez.
Já em Setembro de 2020, o BAD aprovou o plano de trabalho da RNT e o primeiro pagamento de fundos. A RNT está em fase de pré-qualificação para a construção da linha de transmissão Centro-sul e das subestações associadas e a concluir a fase de aquisição de serviços de consultoria para a implementação de um plano de acção de reinstalação.
A nova infra-estrutura de transmissão de electricidade vai preparar o caminho para o projecto de interligação Angola–namíbia (ANNA), que viabiliza o comércio de energia eléctrica entre os dois países.