Nyusi pede reforço da cooperação fronteiriça
moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu, ontem, a cooperação na vigilância transfronteiriça como fundamental para travar o fluxo de combatentes estrangeiros que fomentam o terrorismo em Cabo Delgado, alertando para o alastramento da violência a toda a África Austral.
Filipe Nyusi falava durante a Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da SADC, que integra os países das troikas do Órgão de Defesa e Segurança e da Troika da SADC, convocada para debater a violência armada na província de Cabo Delgado.
Entre as “medidas concretas que os países da SADC devem implementar para o combate ao terrorismo está o reforço do controlo fronteiriço entre os países”, declarou.
As polícias e os sistemas judiciais da África Austral, prosseguiu, devem trabalhar no combate ao tráfico e lavagem de dinheiro que financia o terrorismo.
“São os nossos cidadãos que se juntam aos cidadãos de outros países, com estes usando falsas identidades, para moverem acções de terrorismo nos nossos países, o que demonstra a importância na partilha de informações entre os Estados”, afirmou Filipe Nyusi.
Nyusi enfatizou que a organização deve implementar “acções práticas para combater este flagelo (do terrorismo)” para impedir a sua “expansão e desestabilização da região”.
O Chefe de Estado moçambicano alertou para o risco de as acções de grupos armados com conotação 'jihadista' travarem a integração regional.
Na Cimeira de ontem, a SADC decidiu enviar uma equipa técnica, “com carácter imediato”, a Moçambique, para a avaliação das necessidades do país no combate ao terrorismo, anunciou a organização.
“A Cimeira da Dupla Troika decidiu formar e enviar imediatamente a Moçambique uma equipa técnica para a avaliação das necessidades de apoio na luta contra a violência armada no Norte do país”, disse a secretária executiva da SADC, Stergomena Lawrence Tax, citando o comunicado final do encontro.
O Chefe de Estado moçambicano disse, quarta-feira à noite, na televisão, que não serão toleradas as violações de direitos humanos por parte de membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na luta contra os grupos armados no Norte do país.
“De forma clara, reiteramos que as violações dos direitos humanos não são nem serão toleradas em Moçambique”, declarou Filipe Nyusi, citado pela Lusa. O Presidente moçambicano falava numa comunicação à nação por ocasião do Dia da Mulher Moçambicana, assinalado a 7 deste mês, precisamente duas semanas após os ataques armados à vila de Palma.
As FDS, prosseguiu, devem assumir que a vitória contra os grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, será inalcançável sem a colaboração da população, se esta for vítima de abusos. “Nenhuma vitória será alcançada sem total confiança e entreajuda com a população civil”, destacou o Presidente moçambicano.