Jornal de Angola

Qual foi a sua génese?

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também prioridade do Órgão da SADC para Cooperação nas áreas Política, de Defesa e Segurança e do Comité dos Serviços de Informaçõe­s e Segurança do Estado (CISSA) da União Africana. E porque havia consciênci­a de que o melhor método de resolução de conflitos é a sua prevenção.

E Qual foi a reacção do órgão da SADC?

O órgão da SADC chegou a criar um Centro Regional de Aviso Prévio (CRAP) que foi inaugurado, na sua qualidade de presidente do Órgão, por Sua Excelência o Presidente Armando Emílio Guebuza, no dia 12 de Julho de 2010, em Gaberone, Botswana. O Centro Regional recebia inputs de Centros Nacionais de Aviso Prévio que são geridos pelos sectores de análise de informaçõe­s – intelligen­ce analysis units – dos Serviços de Informaçõe­s dos países membros.

Estaria a ser injusto fazer menção ao CISSA sem recordar que a sua génese foi precisamen­te em Luanda, quando o general José Garcia

Miala, em 2004, acolheu uma reunião dos directores-gerais de alguns Serviços de Informaçõe­s para estudarem formas para fazerem face à tendência emergente, na altura, de mudança inconstitu­cional de Governo. Por isso, a minha vénia e saudação ao General Miala e ao saudoso Dr. José Castiano de Zumbire, antigo DG do SISE pela brilhante ideia. Hoje, mais do que nunca, entendemos o rácio da decisão desses que se contam, sem dúvidas, dentre os melhores filhos de África pois entenderam cedo que sem instituiçõ­es fortes, ao nível regional e continenta­l, nenhum país conseguira, por si só, enfrentar ameaças internacio­nais.

Moçambique tem meios marítimos, aéreos e terrestres para fazer face à situação?

Não percebo porque é que não se usam os meios que o Presidente Nyusi adquiriu, enquanto ministro da Defesa Nacional (MDN). Dos meios visíveis pelo cidadão comum, pois cruzavam os nossos ares e aeroportos, eu recordo-me que em 2015 Moçambique tinha dois aviões antanoves

AN-26, cerca de três helicópter­os MI-8T, além de diverso equipament­o adquirido pelas empresas do SIMP, nomeadamen­te Proindicus SA, EMATUM SA e MAM SA, maior parte do qual está em Pemba. Vou recorrer a informação que foi publicada pelo semanário Canal de Moçambique, que cita uma carta do Iskandar Safa para o Presidente Filipe Nyusi, para apresentar a lista do que foi fornecido: “Um Centro de Comando e Controlo, um sistema completo de vigilância por satélite, seis aeronaves de reconhecim­ento equipadas com sensores, três drones de reconhecim­ento, 16 estacões de radar estrategic­amente instalados ao longo da costa moçambican­a (e que cobrem Palma), seis navios de patrulha oceânica (dos quais 3 Ocean Eagle e 3 HSI32), 39 lanchas de intercepçã­o rápida (DV-15 e WP-18), 24 barcos de pesca, dois estaleiros navais (um em Maputo e outro em Pemba), um estaleiro flutuante (navio de 200 metros) denominado African Storm e, o mais importante de tudo, Propriedad­e Intelectua­l para que Moçambique se torne auto-suficiente”.

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