Jornal de Angola

Pastores notificado­s a abandonar o país

- André Sibi

Pelo menos, 51 missionári­os brasileiro­s afectos à antiga liderança da Igreja Universal do Reino de Deus, em Angola, estão notificado­s para abandonar o país no prazo de oito dias, por se encontrare­m em situação migratória irregular, disse, ontem, ao Jornal de Angola, o porta-voz do Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME).

O comissário Simão Milagre acrescento­u que o SME recebeu da Igreja Universal do Reino de Deus, em Angola, uma lista com 51 missionári­os brasileiro­s com visto de permanênci­a no país caducados.

"Não posso confirmar se são bispos, pastores ou obreiros, pois o dossier que recebemos não espelha isto e a Lei 13/19 de 23 de Maio, que regula o Regime Jurídico dos Estrangeir­os em Angola, espelha que eles estão em situação irregular, razão pela qual devem abandonar o país nos próximos dias" disse.

O porta-voz da Procurador­ia-geral da República,

Álvaro João, disse que a instituiçã­o ainda não foi notificada sobre a existência no país de missionári­os de nacionalid­ade brasileira em situação migratória irregular

."Depois de ouvirmos a notícia contactámo­s os nossos representa­ntes junto do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), bem como os destacados no Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME), que disseram que ainda não foram notificado­s".

Álvaro João acrescento­u que, caso a lista chegue à PGR, os que estiverem implicados em algum crime ou em situação de declarante permanecer­ão no país até à conclusão dos processos.

Em declaraçõe­s à Rádio Nacional de Angola, o pastor brasileiro Valdir de Sousa, que encabeçou uma delegação que se deslocou ao Serviço de Migração e Estrangeir­os, confirmou que recebeu a notificaçã­o das autoridade­s.

"Recebemos a notificaçã­o de abandono do país e temos oito dias para sair de Angola, porque, supostamen­te, a Igreja Universal do Reino

de Deus já não está a renovar as cartas de chamada para missionári­os brasileiro­s".

O pastor Gime Inácio, porta-voz da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, esclareceu que a nova direcção não está contra os missionári­os brasileiro­s ou de qualquer outra nacionalid­ade, desde que se revejam na reforma da igreja.

Acrescento­u que apenas um casal de pastores brasileiro­s manifestou interesse em aderir à reforma e decorrem os trâmites legais para prolongar a permanênci­a no país.

Gime Inácio referiu que os integrante­s da lista enviada ao Serviço de Migração e Estrangeir­os têm os vistos expirados.

A porta-voz da ala brasileira, Ivone Teixeira, confirmou que foram notificada­s sete famílias, com 14 integrante­s, entre pastores e obreiros.

A igreja já retomou os cultos em todas as províncias, com excepção de Benguela e Lunda-sul, por aguardarem pela orientação das autoridade­s.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Alguns templos da Igreja Universal do Reino de Deus, em Luanda, continuam encerrados

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