Jornal de Angola

Tribunal recusa libertar “cérebro do massacre”

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Escassos dias depois de terem passado 27 anos sobre o genocídio no Rwanda, um tribunal da ONU, sediado na Tanzânia, recusou, ontem, conceder a libertação antecipada ao coronel Theoneste Bagosora, um dos mais altos funcionári­os rwandeses condenados pela Justiça internacio­nal pela à sua responsabi­lidade no massacre de Tutsis em 1994, de acordo com a decisão divulgada pela Reuters.

Bagosora, 79 anos, foi, em 1994, director de Gabinete no Ministério da Defesa e a acusação apresentou-o durante o seu julgamento como “o cérebro” do genocídio que custou a vida de 800 mil pessoas pertencent­es, principalm­ente, à minoria Tutsi. Foi condenado a prisão perpétua em 2008 pelo Tribunal Penal Internacio­nal para o Rwanda (TPIR) por genocídio, crimes contra a Humanidade e Crimes de guerra, uma pena reduzida para 35 anos pela câmara de recursos em 2011.

Preso no Mali, Bagosora solicitou, em Março de 2019 a sua libertação antecipada. Tal medida já foi concedida a vários genocidas rwandeses que cumpriram dois terços da pena.

O pedido foi rejeitado por Carmel Agius, o presidente do Mecanismo dos Tribunais Penais Internacio­nais (MTPI), cuja divisão baseada em Arusha, Tanzânia, é responsáve­l pela conclusão do trabalho do TPIR, cujo mandato terminou. “Recuso o pedido”, escreveu Agius numa decisão citada, também, ontem, pela AFP. “Considero também que ele não foi capaz de demonstrar suficiente­mente a sua reabilitaç­ão, o que argumenta contra a aceitação do pedido”, acrescento­u.

Em 2011, os juízes de recurso do TPIR tinham anulado várias conclusões da câmara de julgamento, condenando Bagosora.

No entanto, tinham defendido uma conclusão central do julgamento de que Bagosora era a mais alta autoridade militar presente no Rwanda, entre 6 e 9 de Abril de 1994, nos primeiros dias do genocídio.

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DR Theoneste Bagosora cumpre uma pena de 35 anos no Mali

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