Jornal de Angola

Lar Kuzola acolhe criança abandonada

Ângela Maurício Albino, a avó do menino, conta que a sua filha apareceu novamente grávida, mas, desta vez apresentou o namorado, que já assumiu a gestação e se compromete­u a viver com a jovem

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O Lar Kuzola, em Luanda, acolhe o menino, de 2 anos, abandonado pela progenitor­a, no Bairro Rocha Pinto, no dia 19 de Março. De acordo com o Instituto Nacional da Criança (INAC), o caso está no Tribunal de Menores que deverá decidir sobre o seu regresso ou não ao seio familiar. O pequeno, que foi deixado amarrado, num beco, para não seguir a mãe, foi encontrado por Amélia Coxi, de 37 anos, moradora do mesmo bairro, situação que comoveu a comunidade.

O menino de dois anos, abandonado pela progenitor­a no bairro Rocha Pinto, em Luanda, no dia 19 de Março, foi entregue aos cuidados do Lar Kuzola e, agora, deve aguardar por uma decisão do Tribunal de Menores, para o seu regresso no seio familiar.

O pequeno, que foi deixado num beco amarrado pelo pé, com atadores, a um pau de maneira, para que não seguisse a mãe, foi encontrado por Amélia Coxi, de 37 anos de idade, moradora do referido bairro.

Segundo Amélia Coxi, horas antes viu uma jovem grávida com o menino ao lado, rodando de um lado para o outro, numa clara demonstraç­ão de procurar abandonar a criança. “A moça girava pela rua com o menino, bem perto da minha casa. Ela olhava de um lado para o outro e prestava bem atenção a quem passava, tentando largar a criança”, contou.

Ao se aperceber da intenção da jovem de querer se desfazer do bebé, Amélia Coxi saiu ao encontro da mesma, desencoraj­ando-a pela tamanha barbárie, tendo recebido uma resposta desagradáv­el. “Ainda fui ter com ela e disselhe para não fazer o que estava a pensar, que um filho e é um filho e nunca se deve abandonar, sejam por que motivos forem. Mas, no final disse: Peço-te para não te meteres na vida dela”, contou.

Amélia Coxi frisou que, cerca de uma hora e meia depois de ter abordado a mãe do menino, ouviu populares a gritarem, reclamando por uma criança que tinha sido abandonada num beco, bem próximo de sua casa. Ao reparar, percebeu ter sido o mesmo menino de horas antes e lavou-o para a sua casa.

A socorrista disse que levou o pequeno à esquadra, onde abriu um processo e onde também foi aconselhad­a pela Polícia a cuidar do bebê, pois era o melhor que se podia fazer naquele momento. Amélia Coxi ficou com o menor durante dois dias e depois foi comunicar o facto à Tv Zimbo, para que, de uma forma mais célere, se pudesse encontrar os respectivo­s familiares.

Durante cerca de uma semana, o pequeno permaneceu em casa de Amélia Coxi. Nesse mesmo espaço de tempo, ela divulga o sucedido nas redes sociais e, rapidament­e, foi contactada pelo Instituto Nacional da Crtiança (INAC), para que o petiz fosse levado à instituiçã­o.

Avó anseia regresso do neto

Ângela Maurício Albino, de 41 anos, moradora do bairro Morro da Luz, é a avó materna do pequeno. Ela conta que vivia com o menino e a respectiva mãe, de nome Antonica Lourenço. A filha, de 20 anos de idade, ficou grávida do pequeno Cláudio, que nunca foi apresentad­o ao pai.

Ângela Albino passou a ser responsáve­l do menino, desde o seu nascimento até o seu desapareci­mento. A senhora, que é doméstica, diz que, com os poucos recursos que obtém da sua actividade, sustenta o menino e a filha que sempre se mostrou irresponsá­vel para com o mesmo.

Conforme conta, Antonica apareceu novamente grávida, tendo desta vez apresentad­o o namorado, que assumiu a gestação e se compromete­u a viver com ela. Ângela Albino disse que, pelos custos que acarretam os cuidados de um menino de dois anos e como forma de incutir na filha o sentido de responsabi­lidade, pediu que levasse o menino a viver com o actual marido.

“Não sabia da intenção dela de se desfazer do Cláudio e insisti que tinha de morar com o filho. Porém, o novo marido queixa-se por a criança comer demais e, por isso, prefere não quer viver com o pequeno. A Antonica está muito apaixonada pelo actual marido e preferiu se desfazer do filho”, admitiu a avó.

Acrescento­u que antes de se desfazer do menino, a filha passou uma semana em sua casa, com o menino, e dizia estar só de passagem, mas que quando regressass­e do trabalho já não a encontrari­a. Ângela Maurício Albino ficou admirada, ao ver seu neto na televisão tido como criança abandonada pela própria mãe.

Ângela Albino já foi ao INAC reclamar a guarda do menino e pretende tomá-lo sob sua tutela e não mais devolvê-lo à filha, já que pode ter o neto como um filho, que jamais deixaria entregue à própria sorte.

Fonte do INAC avançou que o menino deve ainda continuar sob os cuidados no Lar Kuzola, uma vez que o caso está a ser analisado pelo julgado de menores, que deve avaliar as condições sociais da família e aceitar ou não o regresso do pequeno no seio familiar.

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CONTREIRA PIPAS | EDIÇÕES NOVEMBRO Mais uma criança rejeitada pelos progenitor­es pode entrar na protecção dos serviços sociais

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