Governo senegalês investiga violência
O Governo do Senegal anunciou, ontem, que uma comissão “independente e imparcial” irá investigar a violência mortal ocorrida em Março, que se seguiu à detenção do líder da oposição, Ousmane Sonko.
Segundo a Reuters, o ministro das Forças Armadas, Sidiki Kaba, ao anunciar o inquérito, disse que os investigadores iriam “restabelecer os factos relacionados com os motins e saques que se registaram quando Ousmane Sonko, principal rival do Presidente Macky Sall, foi preso e acusado de estupro. Sonko, que tem muitos seguidores entre os jovens senegaleses, nega as acusações, descrevendo-as como uma conspiração para inviabilizar a sua candidatura presidencial para 2024.
Na sequência dessa agitação, pelo menos cinco pessoas foram mortas, segundo as autoridades, enquanto a oposição afirma que terão sido pelo menos 13 os óbitos registados.
O líder da oposição senegalesa, Ousmane Sonko, anunciou, ontem, numa conferência de imprensa, em
Dakar, a intenção de trazer para o debate as figuras religiosas do país. “Pedimos às autoridades religiosas que ajudassem - porque nada pode sair de um diálogo mantido apenas entre actores políticos - e que sejam fiadoras do que deve ser feito, especialmente na questão do terceiro mandato presidencial.
“Não é mais aceitável que alguém no Senegal se coloque diante do povo e pense, por uma fracção de segundo, que será permitido um terceiro mandato. Está fora de questão e no dia em que alguém quiser fazer isso, vamos removêlo do palácio presidencial”, disse Ousmane Sonko, citado pela AFP.
Desde sua prisão, em Fevereiro passado, acusado de ter violado uma trabalhadora de um salão de beleza, que Ousmane Sonko se tornou no principal oponente do Presidente Macky Sall. “Caros compatriotas, no início da minha intervenção, gostaria de vos recordar que nestes últimos dias, não dormimos, estamos imersos nos nossos pensamentos e na tristeza pelos jovens que caíram sob as balas”, afirmou.