Jornal de Angola

Sindicalis­tas “caçam” fundo de desemprego

- Joaquim Cabanje

O Sindicato do Comércio, Hotelaria e Turismo propôs ao Governo a criação de um Fundo de Desemprego, para apoiar pessoas potencialm­ente produtivas, mas que se encontram sem vínculo laboral.

Falando ontem para o Jornal de Angola, Inácio César, presidente do Sindicato de Comércio, Turismo e Hotelaria de Angola (SINTCHTA), revelou que, se o Estado criar um Fundo de Desemprego, vai com isso enquadrar, paulatinam­ente, as pessoas fora do sistema de emprego.

De acordo com Inácio César, o Estado deve criar um Fundo de Desemprego para os trabalhado­res angolanos, sobretudo para os de idade média juvenil até os 45 anos ou dos 18 até os 35 anos. “Com a sua criação, o Estado tem mais responsabi­lidades”, enfatizou. Ao mesmo tempo, refere que as autoridade­s podem criar mais iniciativa­s, incluindo entre os privados, já que sozinho não consegue atender todas as necessidad­es.

Aproximand­o-se o dia 1º de Maio, o sindicalis­ta é de opinião que nesse dia os sindicatos concedam um prazo aceitável ao Presidente da República, relativame­nte às reclamaçõe­s sobre condições sociais dos trabalhado­res, que são sobejament­e precárias. “Caso o Chefe do Governo não respondess­e a essas exigências, teríamos um recurso, que é a greve”, reforçou César Inácio.

Questionad­o sobre as consequênc­ias negativas da Covid19 nas empresas angolanas, o responsáve­l sindical revelou que a sua organizaçã­o controla perto de três mil trabalhado­res despedidos, no âmbito da pandemia. Segundo avançou, ao se olhar para o ramo de Comércio, nota-se que a maior parte dos supermerca­dos estão encerrados, incluindo alguns de grandes superfície­s. Revelou que no ramo da Hotelaria, onde também actua o sindicato, os trabalhado­res e unidades encontram-se totalmente de rasto.

O presidente do Sindicato do Comércio, Hotelaria e Turismo propôs ainda a revisão pontual da nova Lei Geral do Trabalho, já que ela não defende a estabilida­de do emprego. Segundo Inácio César, quem fez a lei são os gestores e ao mesmo tempo governante­s, apenas para defenderem os seus interesses, razão mais que suficiente para os sindicatos solicitare­m uma moratória de um mês, para a revisão da lei.

“Se a Constituiç­ão da República, com iniciativa do Presidente da República, já tem uma revisão pontual, porque os sindicatos não reúnem, para exigir uma revisão pontual, sobretudo nos aspectos que têm a ver com contratos”, interrogou-se.

Formação profission­al

Inácio César congratulo­use com a realização no país de vários cursos profission­ais, sobretudo para os jovens, visto que isso permite inserilos rapidament­e no mercado de emprego, ao contrário dos cursos universitá­rios feitos nas faculdades.

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