Jornal de Angola

Colossos disputam primazia no fecho da primeira volta

Militares e petrolífer­os perseguem o topo tabela classifica­tiva com a ambição posta nas vitórias nas partidas em atraso

- Honorato Silva

BENFICA QUEBRA RECORDE DO CITY

Helton Leite e o Benfica agarraram o recorde de imbatibili­dade na Europa. Bastavam 13 minutos sem sofrer golos para a águia superar a melhor marca da época, pertencent­e ao Manchester City de Guardiola, que esteve 602 minutos com a baliza a zero, entre as jornadas 17 e 23 da Premier League inglesa.

O guardião brasileiro, contratado ao Boavista, vive momento próspero 680 minutos sem sofrer - e alargou para sete jogos a sequência com as redes à sua guarda inviolávei­s, juntando 50 minutos do empate com o Moreirense. Helton marca a sua posição cimeira na baliza, deixando Vlachodimo­s aparenteme­nte mais encolhido no banco.

DEMBÉLÉ NEGA MAU ESTILO DE VIDA

Ousmane Dembélé nega que o seu estilo de vida tenha sido a razão para tantas lesões e para que apenas ao fim de quatro anos tenha conseguido começar a jogar com regularida­de no Barcelona. “O meu estilo de vida é muito bom. Não foi por causa disso que tive tantas lesões no passado. As pessoas falam sem saber, só isso. Além disso, hoje em dia tenho tido menos lesões”, disse o extremo francês, em declaraçõe­s à bein Sports.

Dembélé também elogiou a preciosa ajuda de Lionel Messi: “Ajuda muito a equipa e nunca nos pressiona, pelo contrário. Ele quer que muitas vezes ataque os espaços e espere pelo seu passe”.

A segunda volta do Girabola tem o arranque dependente dos dois colossos do futebol angolano, 1º de Agosto e Petro de Luanda, que perseguem o controlo da primazia da competição em posse do FC Bravos do Maquis e Sagrada Esperança, a dupla do Leste elevada ao estatuto de candidata ao título, apesar do discurso cauteloso adoptado por treinadore­s e dirigentes.

Mal-sucedidos nas Afrotaças, os militares eliminados na corrida à Liga dos Clubes Campeões e à Taça da Confederaç­ão, sempre condiciona­dos pela Covid-19, e os petrolífer­os numa espécie de turismo, na fase de grupos da prova “milionária” do continente, ao somar apenas um ponto em 18 possíveis, sem qualquer golo marcado, os maiores emblemas do desporto nacional viram as atenções para os compromiss­os domésticos.

No entanto, estão avisados que a expectável corrida a dois, como tem sido na última meia-década, deu lugar a uma cimeira quadripart­ida, face à entrada de maquisarde­s e diamantífe­ros na discussão da liderança, sem perder de vista o Interclube, que emerge como quinta força, sob o comando técnico de Ivo Campos e a presidênci­a de Alexandre Canelas.

Números de candidato

Apesar da contestaçã­o dos sócios e adeptos, bem como dos reparos depreciati­vos dos seguidores do grande rival, o 1º de Agosto está, às ordens do português Paulo Duarte, na órbita dos mínimos exigidos a um candidato no final das 15 jornadas iniciais. Aliás, se vencer os últimos dois desafios em atraso, diante do Recreativo da Caála, na terçafeira, e Wiliete de Benguela, no domingo, ambos no Estádio Nacional 11 de Novembro, o tetracampe­ão assume a liderança isolada da prova, com 35 pontos.

Dominadore­s da principal prova da modalidade em Angola desde 2016, os militares do Rio Seco festejaram a conquista do título com uma safra de 31/32 pontos, no final da primeira, quer no período da vertigem ofensiva implementa­da pelo bósnio Dragan Jovic quer no ano de maior equilíbrio defensivo, apenas oito golos sofridos, que marcou o consulado do sérvio Zoran Maki.

Nos 13 jogos realizados, os rubro e negros perderam dez dos 39 pontos possíveis. Bravos do Maquis (3-2), em pleno 11 de Novembro, e Sagrada Esperança (2-1), no Dundo, impuseram as duas derrotas aos campeões nacionais, que foram igualmente travados diante do Desportivo da Huíla (0-0) e Recreativo do Libolo (22), perdas reparadas no final de semana, com o triunfo (2-1), no velho “dérbi” luandense, frente ao Progresso Sambizanga.

Regresso à quarentena

Retirado pelas portas dos fundos da elite africana, depois da derrota (0-2), na visita ao Wydad de Casablanca de Marrocos, o Petro volta a cumprir quarentena, razão pela qual fica adiado o jogo de quarta-feira, na recepção à Académica do Lobito, referente à 10ª jornada. A alteração pode condiciona­r o arranque da segunda volta, marcada para 21 de Abril.

Orientados por Mateus Agostinho “Bodunha”, substituto do espanhol António Cosano, afastado do cargo por força dos resultados negativos na campanha africana, os tricolores têm no horizonte a meta dos 34 pontos. Porém, estão obrigados a superar os lundas na cidade do Dundo, de modo a evitar o agravament­o do actual desperdíci­o de 11 dos 39 pontos já disputados.

Concorrênc­ia do Leste

A presença do Bravos do Maquis e do Sagrada Esperança, no topo da classifica­ção, tem motivado vários questionam­entos, sobretudo se são capazes de resistir às exigências da luta pelo título. Dentro do campo a dupla do Leste tem respondido de forma afirmativa, com um desempenho competitiv­o digno de elogios, embora os técnicos e dirigentes prefiram rejeitar o estatuto de candidatos, provavelme­nte para proteger os jogadores da pressão.

Dos 45 pontos discutidos, a formação do Luena orientada pelo experiente Zeca Amaral, único treinador campeão do Girabola, deixou escapar 14, registo habitual das equipas que terminam na primeira posição. Muito próximo estão os diamantífe­ros, que em 42 perderam 13. As primeiras cinco jornadas da segunda volta podem determinar de que massa são feitos os representa­ntes do Moxico e da Lunda-norte.

Atento à movimentaç­ão do quarteto da frente está o Interclube, quinto classifica­do, 25 pontos. A equipa da Polícia Nacional faz contas com a conquista do troféu, feito alcançado pelo clube em duas ocasiões, 2007 com o brasileiro Carlos Mozer e 2010 sob a liderança do português Álvaro Magalhães.

Recreativo da Caála, Ferrovia do Huambo, Académica do Lobito, Progresso Sambizanga e Desportivo da Huíla formam o quinteto de equipas capazes de atrapalhar a marcha das formações destacadas no bloco da frente da tabela classifica­tiva. Os militares da Região Sul esperam voltar aos níveis competitiv­os habituais, com o regresso de Mário Suarez, em substituiç­ão de André Macanga, treinador puxado para baixo pelos maus resultados.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Isaac (à esquerda) e Picas têm travado despiques renhidos

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