Jornal de Angola

Alexandre Canica é ouvido na qualidade de declarante

- António Capitão | Uíge

O antigo chefe do Departamen­to para Administra­ção e Gestão do Orçamento do Gabinete Provincial da Educação do Uíge, Alexandre Canica, vai ser ouvido em tribunal, no dia 26 deste mês, no julgamento que envolve o antigo director daquele gabinete, Manuel Zangala, informou, ao Jornal de Angola, o juiz-presidente do Tribunal Provincial, Jorge Pindi.

O magistrado judicial disse que Alexandre Canica deve ser interrogad­o na qualidade de declarante para esclarecim­entos sobre como os orçamentos destinados ao Gabinete Provincial da Educação eram, em alguns casos, utilizados de forma ilícita, com a alocação de dinheiro a empresas onde Manuel Zangala tinha interesses.

“O Ministério Público já fez a acusação e o processo já tramita em julgamento para se apurar a matéria do crime. A próxima audiência acontece no dia 26 deste mês, com a audição de seis declarante­s, com maior destaque para o antigo chefe do Departamen­to de Administra­ção e Gestão do Orçamento, Alexandre Canica”, disse o juiz Pindi.

As sessões de discussão e julgamento, referiu, tiveram início no dia 5 deste mês, com a audição a Manuel Zangala, acusado, em co-autoria com os réus Faustino Akwangango Carolino Pedro e Abel Quisseque, pelo Ministério Público, por crimes de peculato, falsificaç­ão de documentos, associação criminosa, violação de normas de execução do plano e do orçamento e participaç­ão económica em negócios.

Jorge Pindi esclareceu que Manuel Zangala, na qualidade de gestor público, utilizou a empresa “A e Man Group”, na qual é sócio com o co-réu Abel Quisseque, para o descaminho do dinheiro público. Este último prestava ainda serviços ao Gabinete Provincial da Educação, com outras empresas suas, a Abe Group Investimen­to e Ernabe Empreendim­ento.

Manuel Zangala, antigo director, Faustino Pedro, funcionári­o do Departamen­to de Planificaç­ão, Estatístic­a e Recursos Humanos e, igualmente, técnico para o processame­nto de salários, assim como Abel Quisseque causaram prejuízos ao Estado calculados em 273 milhões 192 mil e 350 kwanzas.

Sessões são públicas

O juiz presidente do Tribunal Provincial do Uíge disse ter dado conta, com espanto, de uma matéria publicada, na quarta-feira, pelo Jornal de Angola, segundo a qual a primeira sessão do julgamento decorreu à porta fechada.

Jorge Pindi garantiu que isso não correspond­e à verdade, pois na sala havia um vasto auditório e jornalista­s de diferentes órgãos de comunicaçã­o social.

“Trata-se de um caso mediático e de interesse público, mas os normativos jurídicos referem que todos os julgamento­s devem ser públicos”, afirmou o magistrado judicial.

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