A diplomacia económica
Os Estados modernos asseguram o desenvolvimento económico com recurso, entre outros, aos instrumentos da Política Externa que melhor os aproxima de outros Estados e por via dos quais garantam a cooperação económica e as trocas comerciais. E não há dúvidas de que, entre estes instrumentos, constam a diplomacia, enquanto via através da qual circulam informações, dados e números para o estrangeiro na perspectiva do retorno das mesmas variáveis para o país.
As autoridades angolanas empreendem um conjunto de acções, no campo diplomático, para “vender a imagem” de Angola, com uma campanha de informação e sensibilização junto dos principais parceiros para atrair investimentos. A diplomacia desempenha o papel principal na canalização dos fluxos, quer no sentido do país para fora, com a apresentação do conjunto de reformas que o país faz, e quer de fora para dentro com a captação de investimentos.
Grande parte do que é hoje o país, relativamente às reformas, acções e estratégias para fazer de Angola um destino seguro dos investidores, passa pelas informações que devem ser canalizadas para o público alvo.
As missões diplomáticas angolanas no exterior, ao lado das actividades tradicionais, deverão desenvolver, com alguma “agressividade”, a dimensão económica das suas atribuições susceptível de trazer para o país, know-how, capital e “expertise”.
Esperamos que os representantes do Estado angolano estejam na linha da frente para darem a conhecer a realidade actual do país consubstanciada nas reformas políticas, jurídicas e económicas, apenas para mencionar estas.
Ao contrário da percepção errada que eventualmente ainda perdura sobre a realidade angolana, razão pela qual urge fazer a campanha de marketing a favor do Estado angolano junto dos seus parceiros económicos de peso, dos mercados financeiros e de investidores singulares, urge colocar em cena a diplomacia económica.
A começar pelos países vizinhos, com os quais existe contiguidade territorial, a diplomacia económica pode desempenhar um papel importante na promoção de informações actualizadas, oportunas e pormenorizadas sobre as oportunidades de negócio e comércio. Mesmo internamente, vale desempenhar o mesmo papel junto das missões diplomáticas representadas no país para que estas sirvam de verdadeiras pontes entre as oportunidades em Angola e os interesses na realização de negócios.
Apenas precisamos de “arrumar” a casa, fazer prova das nossas vantagens comparativas, criar as condições elementares para que se efective o investimento e melhore a pontuação de Angola nos principais indicadores internacionais.