Organizações da oposição querem “data consensual”
O 14 de Abril, como Dia da Juventude Angolana, está longe de reunir consenso entre as organizações juvenis partidárias. Enquanto a JMPLA considera o 14 de Abril de 1968 como "o símbolo de bravura da juventude", as organizações juvenis da oposição pedem diálogo para que se encontre uma data consensual, já que, na sua óptica, a vigente diz apenas respeito aos jovens do partido no poder.
O primeiro secretário nacional da JMPLA, Crispiniano dos Santos, diz não entender a razão de outras organizações políticas e partidárias não se reverem na data, pois foi eleita em assembleia do Conselho Nacional de Juventude (CNJ), em homenagem a José Mendes de Carvalho “Hoji ya Henda”, “jovem destemido e corajoso que tombou heroicamente em defesa de Angola e dos angolanos”.
Crispiniano dos Santos considerou que os jovens de outros partidos não estão a ser sinceros. “Já se falou muito dessa data. A verdade é que, nós jovens, sobretudo os que estão ligados aos partidos políticos, devemos ser os mais sinceros, democratas e tolerantes possível”, disse.
O secretário nacional da JMPLA não consegue perceber como é que uma data que foi aprovada, dentre várias, por uma assembleia do Conselho Nacional de Juventude, onde a maioria dos membros da associação é apartidária, é agora motivo de reclamação. “Ora, ninguém deve indicar a data da juventude, ela deve ser votada pela maioria, como foi sobre o 14 de Abril, em Cabinda”, declarou.
Crispiniano dos Santos pediu tolerância aos jovens de partidos da oposição, respeitando a vontade da maioria. “Os jovens dos partidos políticos que reclamam em relação às associações que votaram a data são a minoria e devem dar exemplo de respeito à democracia”, apelou.
O secretário-geral da JURA, Agostinho Kamuango disse que a data não reúne consenso pelo seu histórico. Segundo o líder da JURA, é necessário encontrar uma data que não represente nenhuma convicção político-partidária. A JURA defende o 6 de Fevereiro como Dia Nacional da Juventude, por ser o dia em que morreu o Rei Mandume, em 1917. A mesma sugestão tem a Juventude Patriótica de Angola (JPA), organização juvenil da CASACE, segundo o secretário executivo nacional. “Além de ter morrido muito jovem, nesta altura (1917), os partidos políticos tradicionais não existiam, portanto poderia adoptar-se esta data sem problema algum”, sustentou Eduardo Garcia.
Agostinho Kamuango apelou à JMPLA, por ser a organização juvenil do partido governante, a promover um diálogo aberto e transparente para se encontrar uma data consensual. “Nós já criamos mecanismos para despoletar o debate com a antiga direcção do Conselho Nacional da Juventude
O director nacional dos Escuteiros de Angola, Kikas