Focos de lixo em Luanda podem acabar em 30 dias
Operadoras recrutadas para a limpeza estão a trabalhar desde o início deste mês com o apoio das administrações municipais e prometem recolher os resíduos sólidos amontoados em toda a cidade
O Governo Provincial de Luanda (GPL) e as operadoras contratadas através de concurso público para a limpeza e recolha do lixo na cidade, acordaram acabar com os focos de lixo até ao final do mês em curso, informou, ontem, o GPL em comunicado.
Em Fevereiro , o GPL, através de um Despacho Presidencial, autorizou a abertura de um concurso público, tendo sido aprovadas sete operadoras que iniciaram os trabalhos de recolha do lixo no início deste mês, nomeadamente a Elisal, Ersol, Sambiente, Multilimpeza, Jump Business, Chay Chay e o Consórcio Dassala/envirobac.
À luz do contrato, a Empresa de Limpeza de Luanda (Elisal) está encarregue pelos trabalhos nos municípios de Luanda e Cazenga, Er-sol em Icolo e Bengo, Sambiente na Quiçama e em Viana, Multilimpeza em Cacuaco, Jump Business no Belas, Chay Chay no Kilamba Kiaxi e o Consórcio Dassala/envirobac em Talatona.
O Governo Provincial de Luanda suspendeu os contratos com antigas operadoras de lixo em Novembro de 2020, por indisponibilidade financeira, depois de ter contraído uma dívida de 246 mil milhões de kwanzas.
Os representantes das operadoras Sambiente e Jump Bussiness International, contratadas para a limpeza nos municípios de Viana e Quiçama garantiram à imprensa que está a ser feito um trabalho aturado para acabar com os focos de lixo espalhados nas referidas regiões ainda este mês.
O director do Gabinete de Qualidade, Saúde e Ambiente da Sambiente, Albino Tomás, esclareceu que a empresa “está focada na redução dos aglomerados de lixo” nas zonas mais afectadas do município de Viana e nos distritos urbanos do Zango, bem como na avenida Deolinda Rodrigues, com a ajuda das administrações locais.
Albino Tomás assegurou que, a partir da próxima semana começam a ser colocados contentores de lixo em mais locais, depois de ter sido realizada uma inventariação para o efeito.
Por seu lado, o directorgeral da Jump Bussiness International,
João Nelson, estabeleceu um período de 30 dias para deixar o município de Belas “mais limpo” e uma semana para a centralidade do Kilamba. A empresa que dirige está a recolher os resíduos nestas localidades há uma semana.
João Nelson solicitou à Administração Municipal de Belas a cedência de um espaço para montar um estaleiro, “para possibilitar o arranque dos trabalhos”.
Elisal repõe contentores
O presidente do conselho de administração da Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (Elisal) anunciou, ontem, que algumas zonas periurbanas da capital já têm contentores para a deposição de resíduos.
Em entrevista à Rádio Luanda, Gonçalves Imperial explicou que a colocação de contentores teve início ontem, e foi dada prioridade às zonas da Avenida Brasil, Ngola Kiluange, rua da Brigada, Olivença e Vila Alice. “Hoje”, prosseguiu, “o processo continua na rua Lino Amezaga, zona dos Congolenses, bairro Nelito Soares, Terra Nova, entre outras regiões. Temos cerca de 500 contentores disponíveis e estamos a dar prioridade ao município de Luanda. No município do Cazenga sempre tivemos contentores e em breve vamos aumentar o número.
“O presidente do Conselho de Administração da ELISAL admitiu que as reclamações dos munícipes “são oportunas”, no que concerne aos amontoados de lixo pela capital do país.
Gonçalves Imperial explicou que a Elisal, no âmbito das suas responsabilidades, contratou algumas empresas que apoiam o processo de remoção dos resíduos.
Cidadãos agastados com amontoado de lixo
“Não está a ser fácil conviver com tantas moscas dentro de casa, como acontece nos últimos dias. O mau cheiro também tem invadido o interior das nossas casas e cria uma situação desconfortável. Esta situação pode ser a causa de muitas doenças, numa altura em que passamos por muitos constrangimentos derivados da Covid- 19, e é sufocante agregar mais complicações nas nossas vidas”. O desabafo é da jovem Márcia Carina, residente da Centralidade do Kilamba.
A jovem revelou à nossa reportagem, que apesar de viver no oitavo andar, as moscas tornaram-se nos principais visitantes do seu apartamento.
Márcia Carina considera que esta situação desconfortável tem sido provocada pelo amontoado de lixo que está em volta do prédio há quase um mês. “O Governo tem de resolver esta situação com brevidade, senão estaremos todos sujeitos a contrair doenças” , desabafou.
Alecsandro dos Santos considera a situação preocupante, porque já é notável a existência de bichos a circular na entrada dos edifícios, pois, por falta de contentores os moradores depositam o lixo no chão.