Jornal de Angola

PGR reforçada com 70 magistrado­s

A tomada de posse de 70 novos magistrado­s do Ministério Público vai reforçar a acção da PGR, assegurou o porta-voz

- Gabriel Bunga

A complexida­de de casos que chegam à Procurador­ia-geral da República (PGR) é uma das causas que provocam o atraso no andamento de centenas de processos em curso naquela instituiçã­o judicial, afirmou, ontem, ao Jornal de Angola, o porta-voz da instituiçã­o.

Álvaro João, que falava sobre a tomada de posse, hoje, em Luanda, de 70 magistrado­s do Ministério Público, disse que, com a entrada em funcioname­nto destes procurador­es, a PGR fica mais reforçada.

A PGR, disse, tem encontrado várias dificuldad­es na condução de várias queixas que chegam à instituiçã­o, devido à complexida­de dos processos. “Há muitos processos a nível de inquérito. Trabalha-se todos os dias nas acariações e audições para a sustentaçã­o dos nossos processos”, informou.

Os casos ligados às questões financeira­s e económicas, frisou, têm muitos contornos que exigem muita perícia na investigaç­ão, pois são complexos. “Na semana passada, houve a apreensão de bens; falamos de pessoas directamen­te”, referiu Álvaro João, garantindo que não há paragem na investigaç­ão de casos de corrupção em Angola.

O procurador disse que o surgimento da Covid-19 reduziu a celeridade processual na investigaç­ão ligada à corrupção, ao contrário da celeridade imprimida no início da pandemia.

Através de um Decreto Presidenci­al, foi atribuído, ao sector da Justiça, 10 por cento do património a recuperar no âmbito do combate à corrupção, mas várias vozes da sociedade civil criticaram a iniciativa.

O porta-voz da PGR considerou justa a medida, sublinhand­o que a mesma decorre de uma orientação de organizaçõ­es internacio­nais com uma forte experiênci­a nos processos de combate à corrupção em vários países.

“A PGR tem muitas necessidad­es. Se conseguimo­s apresentar trabalho é porque temos muita vontade e espírito de sacrifício”, sublinhou Álvaro João, clarifican­do que as condições de trabalho dos magistrado­s do Ministério Público nas províncias, municípios, comarcas e esquadras do país são deplorávei­s.

Questionad­o por que razão os 10 por cento atribuídos ao sector da Justiça não abrange a comunicaçã­o social que constantem­ente é chamada a participar no combate à corrupção em Angola, Álvaro João disse não conhecer uma experiênci­a internacio­nal neste sentido e que, se fosse o caso, em Angola seria bom, para estimular o sector a participar no processo de investigaç­ão e prevenção dos actos de corrupção.

Álvaro João referiu que os 70 magistrado­s que entram hoje em funções estão consciente­s das condições de trabalho que vão encontrar nos pontos do país nos quais vão ser distribuíd­os. O porta-voz da PGR realçou que nenhum dos novos procurador­es da República ficará em Luanda.

“Todos vão ser distribuíd­os noutras províncias e as províncias, por sua vez, farão a distribuiç­ão nos tribunais de Comarca e da Relação, esquadras policiais e noutras instituiçõ­es onde é necessário garantir a legalidade”, esclareceu o procurador.

O acto de tomada de posse dos novos 70 magistrado­s do Ministério Público vai ser presidido pelo procurador­geral da República, Hélder Pitta Grós.

Os 70 novos magistrado­s juntam-se aos cerca de 500 já em funções por todo o território nacional.

 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? PGR tem encontrado dificuldad­es na condução de várias queixas que chegam à instituiçã­o
VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO PGR tem encontrado dificuldad­es na condução de várias queixas que chegam à instituiçã­o

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola