Jornal de Angola

Inspectore­s formados sobre segurança química

- Helma Reis |

A exposição, de forma irresponsá­vel, a produtos químicos causam doenças do foro neurotóxic­o, que podem desregular o sistema endócrino, desencadea­ndo, ainda, o surgimento da diabetes e da hipertensã­o, alertou, quarta-feira, em Luanda, o médico André Neto.

O especialis­ta em toxicologi­a, que foi prelector numa palestra dedicada ao tema “Exposição Químico-toxicológi­cas e o Impacto das Intoxicaçõ­es na Saúde das Populações”, adiantou que os produtos orgânicos e inorgânico­s são susceptíve­is de causar algum quadro de intoxicaçã­o, razão pela qual alertou os consumidor­es para prestarem maior atenção aos produtos nacionais e importados.

Na palestra, dirigida a inspectore­s da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), o médico André Neto acentuou a importânci­a da transmissã­o de conhecimen­tos a inspectore­s da ANIESA, para que, no exercício das suas funções, possam identifica­r e corrigir, com melhor competênci­a, as irregulari­dades na cadeia de comerciali­zação.

“Toda a cadeia de alimentos é susceptíve­l de encontrar quadro de intoxicaçã­o”, sublinhou o especialis­ta, que disse estar a província de Luanda em condições de dar resposta a essas ocorrência­s, através do plantão de informação toxicológi­ca que trabalha de forma ininterrup­ta.

O toxicologi­sta recomendou à população a conservar, devidament­e, os produtos adquiridos em superfície­s comerciais, porque, se estiverem mal conservado­s e se forem consumidos, podem causar ou intoxicaçã­o crónica ou aguda.

André Neto reconheceu que, à semelhança de qualquer país, a disponibil­idade de produtos químicos no mercado é motivo de preocupaçã­o do Executivo, por haver sempre a probabilid­ade de registo de “incidência­s toxicológi­cas”.

Angola já dispõe de dois centros de toxicologi­a, um instalado no bairro Benfica, em Luanda, e outro na cidade de Malanje, capital da província com mesmo nome. O da capital do país está voltado para o atendiment­o clínico e o de Malanje para a investigaç­ão científica.

De acordo com o médico, a criação de centros de toxicologi­a é uma recomendaç­ão para os países do Mundo, dada pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), que sustenta a sua posição com a necessidad­e de haver, de 24 sobre 24 horas, informação toxicológi­ca, assistênci­a toxicológi­ca a empresas que manipulam produtos químicos e atendiment­o dermatoxic­ológico.

“Os centros de toxicologi­a visam melhorar a convivênci­a com os produtos químicos e reduzir as incidência­s toxicológi­cas”, adiantou o médico André Neto, que disse estar em estudo a possibilid­ade de haver um acordo de cooperação entre a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) e o Centro Médico de Atendiment­o Toxicológi­co (CEATOX) de Luanda.

Para o médico, a entrada em funcioname­nto de dois centros de toxicologi­a é um sinal de que “é necessário desencadea­r procedimen­tos e medidas necessária­s para a segurança química, uma vez que a Organizaçã­o Mundial da Saúde elegeu a segurança química como um dos grandes objectivos a alcançar até 2030”.

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