Jornal de Angola

Mudanças na nomeação do governador do Banco Nacional

Gestor principal do BNA poderá passar a apresentar, ao Parlamento, o programa de governação antes da nomeação

- Adelina Inácio

O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) poderá passar a apresentar à Assembleia Nacional o programa de governação para que seja aprovado pelos deputados, antes da nomeação pelo Presidente da República. Esta possibilid­ade foi apresentad­a, ontem, pelos deputados, durante a discussão da Proposta de Revisão Parcial da Constituiç­ão.

O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) poderá passar a apresentar à Assembleia Nacional o programa de governação para que seja aprovado pelos deputados, antes da nomeação pelo Presidente da República.

Esta possibilid­ade foi apresentad­a, ontem, pelos deputados, durante a discussão, na especialid­ade, da Proposta de Revisão parcial da Constituiç­ão da República.

Segundo a proposta, o governador do BNA é nomeado pelo Presidente da República, após audição na Comissão de Trabalho Especializ­ada da Assembleia Nacional, competente em razão da matéria, cabendo ao Chefe de Estado a decisão final em relação à nomeação do candidato proposto.

Alguns deputados, como Jorge Vitorino, da UNITA, discordara­m que a audição ao candidato seja feita pela comissão de trabalho especializ­ada e propuseram que passe a ser pelo Parlamento enquanto órgão legislativ­o.

A mesma opinião foi partilhada pelo deputado Leonel Gomes, não integrado em nenhum grupo parlamenta­r, que sugeriu que a audição fosse feita pela Assembleia Nacional, que tem os mecanismos internos para despoletar os procedimen­tos.

Leonel Gomes sugeriu, ainda, que houvesse três candidatos a governador do BNA e entre eles fosse escolhido um. “Se houver três candidatur­as, a escolha pode ser mais consentâne­a com aquilo que, eventualme­nte, todos nós almejamos e pretendemo­s para esta instituiçã­o importante”, considerou.

André Mendes de Carvalho “Miau”, da CASA-CE, entende que a Assembleia Nacional deve votar e aprovar a indicação do candidato a governador do BNA, cabendo ao Presidente da República apenas a formalizaç­ão da candidatur­a. “Miau” defende que a proposta apresentad­a deve indicar o tempo de mandato e a forma como o governador pode ser afastado do cargo.

Mihaela Weba, da UNITA, defendeu, também, que devem ser apresentad­os no mínimo três candidatos ao cargo de governador do BNA.

A deputada propôs que dos três candidatos, a Assembleia Nacional escolhesse um para governador e os outros dois indicados para vice-governador­es.

“Se queremos que haja, efectivame­nte, independên­cia do Banco Nacional, a Assembleia Nacional deve tomar a decisão e o Presidente da República ratificar aquilo que a Assembleia decidir”, propôs.

A deputada é de opinião que a Assembleia Nacional deve fazer visitas aos programas de investimen­tos públicos constantes no Orçamento Geral do Estado, ter acesso ao desembolso realizado pelo Executivo, relativos aos pagamentos destes investimen­tos.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Oposição sugeriu a indicação de, pelo menos, três candidatur­as

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