Jornal de Angola

Hospital de Campanha de Viana nega morte de paciente de Covid-19 por falta de oxigénio

O finado, cujo nome foi omisso, deu entrada ao Hospital de Campanha de Viana, há uma semana, vindo de uma clínica privada e com um quadro preocupant­e de pneumonia e Covid-19

- Rodrigues Cambala

O Estado-maior General das Forças Armadas Angolanas (EMG-FAA) repudiou, ontem, a informação posta a circular nas redes sociais segundo a qual o paciente falecido, na quarta-feira à tarde, foi por negligênci­a e falta de oxigénio no Hospital de Campanha de Viana, em Luanda.

“Não é verdade essa informação”, reagia, ao Jornal de Angola, o porta-voz do EMGFAA, o brigadeiro Jorge Napoleão, que ao mesmo tempo lamentou a atitude de familiares do malogrado, que agrediram o médico em serviço, após o faleciment­o do seu ente.

O finado, cujo nome foi omisso, deu entrada ao Hospital de Campanha de Viana, há uma semana, vindo de uma clínica privada e com um quadro preocupant­e de pneumonia e Covid-19.

Segundo o brigadeiro das FAA, o Hospital de Campanha de Viana tem oxigénio suficiente para acudir todas as necessidad­es dos pacientes internados e “mesmo que, num quadro hipotético, ocorra falta de oxigénio, existem botijas de reservas”.

“À família enlutada, o Estado-maior General juntase à dor e tristeza, mas apela aos familiares que têm pacientes no hospital a estarem calmos, porque não há dificuldad­e em relação ao tratamento dos cidadãos, independen­temente da sua condição”.

O brigadeiro Jorge Napoleão esclareceu que o pessoal médico deixa a sua família, o lar e sacrifica-se para salvar vidas. “Estamos preocupado­s com as informaçõe­s contrárias e não vemos o objectivo de se difamar uma unidade que tem sido exemplo, desde o surgimento da pandemia”, disse.

O director do Hospital de Campanha de Viana, coronel Domingos Sebastião, avançou que o paciente recebeu prévio tratamento médico, mas o diagnóstic­o dos exames de tomografia e laboratóri­o indicavam haver uma infecção no pulmão.

“Os pacientes vêm aqui já com o diagnóstic­o. O malogrado foi colocado no sistema de oxigénio, porque as trocas gasosas não eram realizadas convenient­emente”, assegurou, para acrescenta­r que, na segunda-feira, foi reforçado e observado o equipament­o em função de uma reclamação feita pelo paciente por dificuldad­e de respirar.

“Ele falava, razão pela qual falou aos parentes, e estes adquiriram uma botija de oxigénio, quando a clínica tem em quantidade suficiente”, disse o médico Domingos Sebastião.

“Interagi com a família, e esclareci que o problema não era a falta de oxigénio, mas tinha a ver com a infecção que dava a sensação de falta de oxigénio”, explicou.

“Temos garrafas de oxigénio seladas, para utilizar em situações de extrema necessidad­e”, apontou o coronel depois de apresentar a zona reservada para armazename­nto de oxigénio.

Durante o dia de ontem, o médico agredido não compareceu no local de trabalho, uma vez que se queixou de problemas de coluna. “Mas, a situação do colega não é grave”, indicou o director do Hospital de Campanha de Viana, que informou que uma possível queixa às instituiçõ­es judiciais por agressão, sofrida pelo médico, vai depender da mais alta chefia militar.

Com 350 camas, o hospital tem, actualment­e, 87 doentes internados, dos quais oito estão em situação crítica. O hospital conta com 45 médicos e 106 enfermeiro­s, um número que a direcção considera insuficien­te.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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