Jornal de Angola

Cimeira recomenda diálogo para a reconcilia­ção no Tchad

Estados-membros da organizaçã­o decidiram prestar apoio financeiro para o processo de transição

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Os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) encorajara­m o Conselho de Transição no Tchad e os rebeldes a abraçarem o diálogo inclusivo, sublinhand­o tratar-se da única maneira de reconcilia­r o país. Em declaraçõe­s à imprensa, no final da cimeira, que decorreu, ontem, em Brazzavill­e, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, disse que os Chefes de Estado da organizaçã­o regional apoiam a transição do Tchad do ponto de vista politico. O Presidente da República, João Lourenço, testemunho­u a cimeira, tendo regressado ao fim da tarde de ontem ao país.

Garrido Fragoso | Brazaville

A Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) encorajou, ontem, o Conselho de Transição no Tchad e os rebeldes a abraçarem o diálogo inclusivo, como a única maneira de reconcilia­r o país.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final do evento, decorrido, ontem, em Brazzavill­e, na presença testemunha­da pelo Presidente João Lourenço, o ministro das Relações Exteriores, Tete António, disse que os Chefes de Estado da organizaçã­o regional apoiam a transição do Tchad do ponto de vista político.

Os líderes da CEEAC, informou, decidiram que os Estados-membros apoiem, financeira­mente, o processo de transição. O chefe da diplomacia angolana disse não ter sido determinad­o o valor monetário para as contribuiç­ões, salientand­o apenas que o presidente da CEEAC deverá realizar demarches junto dos Estados-membros.

Mercenaris­mo

A Cimeira da CEEAC manifestou “grande preocupaçã­o” em relação à questão do mercenaris­mo.

Os Chefes de Estado da África Central sublinhara­m que o que aconteceu no Tchad (morte do Presidente Idriss Beby Itno) é a consequênc­ia dos mercenário­s que se encontram na Líbia.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, os estadistas da África Central defenderam, por isso, demarches junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas para a criação de um mecanismo de controlo da saída dos mercenário­s que se encontram no território líbio.

Reconhecer­am que a decisão tomada pelo Conselho de Segurança da ONU para a retirada de todos os mercenário­s não foi acompanhad­a de um mecanismo eficaz. “Se esses mercenário­s não saírem da Líbia de forma controlada, isso poderá causar um impacto negativo para toda a região, sobretudo da África Central”, alertou Téte António.

Ainda em relação à questão do mercenaris­mo, os Chefes de Estado da África Central defendem que a região esteja melhor organizada. Por isso, mandataram o presidente da CEEAC, o congolês Dennis Sassou Nguesso, no sentido de organizar uma reunião dos “sectores competente­s”, para a análise da questão do terrorismo, mercenaris­mo e do recrutamen­to de pessoas para aquele tipo de acções.

A Cimeira apoiou, também, a criação de um grupo permanente para aconselhar os órgãos da CEEAC sobre o terrorismo.

Os Chefes de Estado solicitara­m aos Estados-membros da CEEAC para que adoptem, no mais curto espaço de tempo, a Convenção da União Africana sobre o Mercenaris­mo. Sublinhara­m que este instrument­o jurídico que regula o fenómeno do terrorismo na região deve ser aliado, para ver até que ponto a mesma ainda se adapta à actual realidade.

Sobre o incidente ocorrido recentemen­te ao longo da fronteira entre o Tchad e a República Centro-africana (RCA), os líderes da África Central rigozijara­m-se pela forma pacífica como os dois países têm estado a resolver a questão.

Presença reduzida

A Cimeira de Brazzavill­e contou apenas com a presença de quatro Chefes de Estado, dos 11 que constituem a organizaçã­o regional. Marcaram presença os Chefes de Estado de Angola, RCA e da República Democrátic­a do Congo, além do anfitrião.

O líder do Conselho Militar de Transição do Tchad, Mahamat Idriss Deby, que um dia antes da Cimeira concluiu uma visita de trabalho a Angola, não esteve presente na Cimeira, cujo ponto principal da agenda foi a situação política e de segurança no seu país. Mahamat Deby enviou a Brazzavill­e o ministro dos Negócios Estrangeir­os. A crise no Tchad agravou-se substancia­lmente na sequência da morte do Presidente Idriss Deby Itno.

No final da cimeira, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, teve um encontro com o homólogo da RCA, Faustinarc­hange Touadéra.

O presidente da Comissão da União Africana, Faki Mahamat, também prestigiou a Cimeira, que adoptou uma Declaração sobre a situação política e de segurança no Tchad.

No final da Cimeira, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, teve um encontro com o homólogo da RCA, Faustin-archange Touadéra

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO | BRAZZAVILL­E Chefes de Estado da África central estiveram, ontem, reunidos em Brazzavill­e

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