Jornal de Angola

Violência ameaça eleições na Etiópia

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O período que antecede as eleições na Etiópia, marcadas para 21 de Junho, está a ser marcado por novos ataques contra civis na parte central do país e ameaça perturbar as urnas. Segundo a Reuters, que cita uma fonte da oposição, as autoridade­s dizem que a inseguranç­a e os desafios logísticos tornam a votação impossível.

Prédios destruídos e lojas saqueadas na cidade de Ataye, no Centro da Etiópia, são uma lembrança sombria do último surto de violência étnica ocorrido em meados de Abril.

De acordo com Dessalegn Chanie, um dos líderes do Movimento Nacional por Amhara, um partido da oposição, “a segurança dos Amharas em toda a Etiópia determinar­á como as pessoas votarão nesta região”. A Amhara Associatio­n of America, uma firma de lobby com sede em Washington, diz que mais de 2 mil amharas foram mortos em dezenas de massacres desde Julho passado.

Por sua vez, o porta-voz regional, Gizachew Muluneh, acusou partidos rivais de tentar politizar os assassinat­os e obter algo com a morte de outros.

Ontem, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Etiópia criticou a decisão dos Estados Unidos de impor restrições à assistênci­a económica e de segurança durante o conflito na região de Tigray. Dina Mufti, segundo a Reuters, afirmou que “não são necessária­s sanções para os EUA enviarem a mensagem ao seu país” e que é a Etiópia que tem de “lidar com os seus assuntos internos”.

As tensões entre a Etiópia e os Estados Unidos subiram depois que Washington impôs restrições devido ao conflito na região de Tigray, que matou milhares de pessoas e fez mais de dois milhões fugirem de casa.

As Nações Unidas disseram esta semana que 91 por cento das pessoas em Tigray precisam de ajuda alimentar de emergência. “A embaixada dos EUA em Addis Abeba disse, na quarta-feira, que a situação de Tigray está a deteriorar-se rapidament­e e pediu o fim dos combates bem como o acesso humanitári­o para evitar a fome.

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