Jornal de Angola

Paz para a Líbia é debatida em Berlim

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A cidade de Berlim acolhe, a 23 de Junho, a segunda conferênci­a sobre a paz na Líbia, sob a égide da ONU e, pela primeira vez, conta com a participaç­ão do Governo de transição líbio, anunciou, ontem, o Ministério dos Negócios Estrangeir­os alemão, citado pela Efe.

O ministro dos Negócios Estrangeir­os, Heiko Maas, e o Secretário-geral da ONU, António Guterres, convidaram todas as partes implicadas no conflito, assim como todos os países que as apoiam, diz o ministério alemão em comunicado.

Os participan­tes farão o ponto de situação da transição política na Líbia desde a conferênci­a de 19 de Janeiro de 2020 e discutirão “as próximas etapas necessária­s para uma estabiliza­ção durável”, acrescenta o comunicado.

“A atenção será colocada nos preparativ­os das eleições previstas para 24 de Dezembro e a retirada, prevista nos termos do cessar-fogo, das tropas estrangeir­as e mercenário­s da Líbia”, escreve ainda o ministério.

Em debate estarão ainda “as medidas que visam unificar as forças de segurança líbias”, pode ler-se no comunicado, que precisa que esta conferênci­a visa ser “a expressão do apoio internacio­nal constante à estabiliza­ção da Líbia”, que vive uma situação de caos desde a queda de Muammar Kadhafi em 2011.

A última conferênci­a realizada em Janeiro de 2020, conquistou “avanços” no sentido da pacificaçã­o, culminando com um acordo de cessar-fogo entre as partes em conflito. O encontro foi então considerad­o um êxito diplomátic­o de Guterres e do Governo da chanceler Angela Merkel, já que pela primeira vez se sentaram a negociar os 12 principais actores internacio­nais, incluindo a Rússia, a Turquia, os EUA, o Egipto, França e Itália.

Participar­am então na capital alemã tanto o presidente do Governo de Acordo Nacional (GAN) líbio, Fayed al Serraj com o líder do Exército Nacional Líbio (ENL), Khalifa Haftar, apoiado pela Rússia.

No início deste ano tomou posse o Governo de transição do Primeiro-ministro Abdelhamid Dbeibah, mais de um mês depois da sua nomeação num complexo processo político patrocinad­o pela ONU. O Governo provisório tem por missão unir as instituiçõ­es do país e garantir a transição até às eleições marcadas para 24 de Dezembro.

Na quarta-feira, o exministro do Interior da Líbia, Fathi Bashaga, que é um provável candidato, alertou o Governo para não atrasar as eleições previstas para 24 de Dezembro deste ano, data do 70º aniversári­o da declaração de Independên­cia. O Primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que na semana passada visitou Tripoli, disse que Madrid queria apoiar o processo político da Líbia e por isso vai reabrir a sua Embaixada no país.

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